A BlackRock submeteu à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) a declaração de registo S-1 para o seu fundo negociado em bolsa (ETF) iShares Staked Ethereum Trust, o qual planeia ser cotado no Nasdaq sob o ticker ETHB. Se aprovado, este será um dos primeiros produtos ETF ligados ao staking de Ethereum, permitindo aos investidores obter rendimentos de staking de forma indireta.
Larry Fink: Da crítica à liderança no setor
Larry Fink, que cofundou a BlackRock em 1988, afirmou antes do bull market do Bitcoin em 2017 que esta criptomoeda “mostrava o quão grande era a necessidade de branqueamento de capitais no mundo”. Estas declarações causaram polémica na comunidade cripto na altura, sendo vistas como desdém dos elites das finanças tradicionais face a ativos emergentes. No entanto, ao longo dos últimos anos, com o crescimento do mercado e da utilização de ativos digitais nos EUA, o CEO tem feito declarações progressivamente mais otimistas sobre o investimento em criptomoedas.
Na semana passada, na conferência DealBook do New York Times, Fink admitiu ter sofrido uma “mudança significativa” na sua opinião sobre criptomoedas, embora continue a apelidar o Bitcoin de “ativo do medo” — indicando que os investidores recorrem ao Bitcoin quando perdem confiança no sistema financeiro tradicional. Apesar de manter alguma cautela, esta posição é radicalmente diferente da crítica de 2017. A mudança de postura de Fink não é caso isolado, mas sim um reflexo da adoção coletiva de criptoativos pelas instituições de Wall Street.
A BlackRock gere atualmente o maior ETF de Bitcoin à vista do mundo — o iShares Bitcoin Trust (IBIT). Desde a aprovação no início de 2024, o IBIT já atraiu dezenas de milhares de milhões de dólares em entradas, evidenciando a forte procura, por parte de investidores institucionais e de retalho, de instrumentos de investimento em criptoativos sob regulação. Este sucesso deu confiança à BlackRock para avançar com o ETF de staking de Ethereum.
Significado estratégico do ETF de staking de Ethereum
(Fonte: SEC)
A apresentação do pedido para um ETF de staking de Ethereum representa uma evolução significativa na estratégia cripto da BlackRock. Ao contrário do ETF de ETH à vista, o ETF de staking não só acompanha o preço do Ethereum, como também proporciona aos investidores rendimentos provenientes do staking. Desde a atualização The Merge em 2022, o Ethereum passou do mecanismo de prova de trabalho (PoW) para o de prova de participação (PoS), permitindo aos detentores validar transações e obter rendimentos anuais através do staking de ETH.
Atualmente, a taxa anualizada de rendimentos de staking em Ethereum ronda os 3% a 4%. Embora não atinja os valores de alguns protocolos DeFi de maior risco, é bastante atrativa para investidores institucionais que procuram rentabilidades estáveis. O ETF de staking permite aos investidores obter rendimentos de staking de forma indireta, sem terem de operar nós de validação ou bloquear ETH em contratos inteligentes, reduzindo significativamente as barreiras técnicas e os riscos de segurança.
Da perspetiva da BlackRock, o ETF de staking de Ethereum cria uma fonte de receitas de comissões de gestão recorrentes. Os ETFs à vista dependem principalmente das comissões de gestão (normalmente entre 0,2% e 0,5%), mas o ETF de staking pode também cobrar uma percentagem dos rendimentos de staking como taxa de serviço, para além da comissão de gestão. Este modelo de receitas duplas torna o produto ainda mais apelativo para as gestoras de ativos.
Panorama competitivo dos ETFs de staking já se desenha
Desde a aprovação dos primeiros ETFs de Ethereum à vista em maio de 2024, os reguladores ainda não autorizaram muitos fundos cripto com staking. Contudo, a Grayscale já adicionou a funcionalidade de staking aos seus fundos ETH e ETH Mini Trust previamente aprovados, em outubro, tornando-se um dos primeiros a oferecer este tipo de serviço. A Canary Capital submeteu igualmente um pedido semelhante à SEC para um fundo com staking, sinalizando o aumento da concorrência no mercado.
Além disso, Grayscale e Bitwise lançaram produtos de staking relacionados com Solana em julho e outubro, respetivamente, mostrando que o conceito de ETF de staking já se estende a outras blockchains PoS. Estas iniciativas pioneiras oferecem à BlackRock referências tanto em termos de regulação como de validação de mercado.
A grande vantagem da BlackRock reside na sua vasta base de clientes e influência de marca. O sucesso do IBIT prova que a BlackRock consegue alcançar investidores tradicionais e convencê-los a alocar capital em criptoativos. Se o ETF de staking de Ethereum for aprovado, a BlackRock poderá rapidamente afirmar-se como líder deste segmento, tal como conseguiu no mercado de ETFs de Bitcoin à vista.
Perspetivas regulatórias e impacto no mercado
A SEC tem adotado uma postura tradicionalmente cautelosa relativamente aos produtos de staking. Sob a presidência de Gary Gensler, a entidade reguladora levantou dúvidas sobre os serviços de staking, considerando que poderiam constituir uma emissão não registada de valores mobiliários. No entanto, com a mudança de liderança resultante da chegada de um governo mais favorável às criptomoedas nos EUA, sob Trump, o ambiente regulatório melhorou substancialmente, com várias investigações a empresas cripto a serem canceladas ou resolvidas por acordo.
Se o ETF de staking de Ethereum da BlackRock for aprovado, poderá “transformar radicalmente o panorama do mercado”. Em primeiro lugar, disponibilizará a milhões de investidores tradicionais um canal regulado para acesso a rendimentos de staking, potencialmente desviando grandes volumes de capital das bolsas centralizadas e dos protocolos DeFi para os ETFs. Em segundo lugar, aumentará a adoção institucional do Ethereum, já que os ETFs de staking oferecem expectativas de retorno superiores às dos ETFs à vista. Em terceiro lugar, poderá desencadear uma onda de pedidos por parte de outras gestoras de ativos, conduzindo a um crescimento explosivo do mercado de ETFs de staking.
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A BlackRock submeteu um pedido de ETF de staking de Ethereum! Wall Street replica o caso de sucesso do IBIT
A BlackRock submeteu à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) a declaração de registo S-1 para o seu fundo negociado em bolsa (ETF) iShares Staked Ethereum Trust, o qual planeia ser cotado no Nasdaq sob o ticker ETHB. Se aprovado, este será um dos primeiros produtos ETF ligados ao staking de Ethereum, permitindo aos investidores obter rendimentos de staking de forma indireta.
Larry Fink: Da crítica à liderança no setor
Larry Fink, que cofundou a BlackRock em 1988, afirmou antes do bull market do Bitcoin em 2017 que esta criptomoeda “mostrava o quão grande era a necessidade de branqueamento de capitais no mundo”. Estas declarações causaram polémica na comunidade cripto na altura, sendo vistas como desdém dos elites das finanças tradicionais face a ativos emergentes. No entanto, ao longo dos últimos anos, com o crescimento do mercado e da utilização de ativos digitais nos EUA, o CEO tem feito declarações progressivamente mais otimistas sobre o investimento em criptomoedas.
Na semana passada, na conferência DealBook do New York Times, Fink admitiu ter sofrido uma “mudança significativa” na sua opinião sobre criptomoedas, embora continue a apelidar o Bitcoin de “ativo do medo” — indicando que os investidores recorrem ao Bitcoin quando perdem confiança no sistema financeiro tradicional. Apesar de manter alguma cautela, esta posição é radicalmente diferente da crítica de 2017. A mudança de postura de Fink não é caso isolado, mas sim um reflexo da adoção coletiva de criptoativos pelas instituições de Wall Street.
A BlackRock gere atualmente o maior ETF de Bitcoin à vista do mundo — o iShares Bitcoin Trust (IBIT). Desde a aprovação no início de 2024, o IBIT já atraiu dezenas de milhares de milhões de dólares em entradas, evidenciando a forte procura, por parte de investidores institucionais e de retalho, de instrumentos de investimento em criptoativos sob regulação. Este sucesso deu confiança à BlackRock para avançar com o ETF de staking de Ethereum.
Significado estratégico do ETF de staking de Ethereum
(Fonte: SEC)
A apresentação do pedido para um ETF de staking de Ethereum representa uma evolução significativa na estratégia cripto da BlackRock. Ao contrário do ETF de ETH à vista, o ETF de staking não só acompanha o preço do Ethereum, como também proporciona aos investidores rendimentos provenientes do staking. Desde a atualização The Merge em 2022, o Ethereum passou do mecanismo de prova de trabalho (PoW) para o de prova de participação (PoS), permitindo aos detentores validar transações e obter rendimentos anuais através do staking de ETH.
Atualmente, a taxa anualizada de rendimentos de staking em Ethereum ronda os 3% a 4%. Embora não atinja os valores de alguns protocolos DeFi de maior risco, é bastante atrativa para investidores institucionais que procuram rentabilidades estáveis. O ETF de staking permite aos investidores obter rendimentos de staking de forma indireta, sem terem de operar nós de validação ou bloquear ETH em contratos inteligentes, reduzindo significativamente as barreiras técnicas e os riscos de segurança.
Da perspetiva da BlackRock, o ETF de staking de Ethereum cria uma fonte de receitas de comissões de gestão recorrentes. Os ETFs à vista dependem principalmente das comissões de gestão (normalmente entre 0,2% e 0,5%), mas o ETF de staking pode também cobrar uma percentagem dos rendimentos de staking como taxa de serviço, para além da comissão de gestão. Este modelo de receitas duplas torna o produto ainda mais apelativo para as gestoras de ativos.
Panorama competitivo dos ETFs de staking já se desenha
Desde a aprovação dos primeiros ETFs de Ethereum à vista em maio de 2024, os reguladores ainda não autorizaram muitos fundos cripto com staking. Contudo, a Grayscale já adicionou a funcionalidade de staking aos seus fundos ETH e ETH Mini Trust previamente aprovados, em outubro, tornando-se um dos primeiros a oferecer este tipo de serviço. A Canary Capital submeteu igualmente um pedido semelhante à SEC para um fundo com staking, sinalizando o aumento da concorrência no mercado.
Além disso, Grayscale e Bitwise lançaram produtos de staking relacionados com Solana em julho e outubro, respetivamente, mostrando que o conceito de ETF de staking já se estende a outras blockchains PoS. Estas iniciativas pioneiras oferecem à BlackRock referências tanto em termos de regulação como de validação de mercado.
A grande vantagem da BlackRock reside na sua vasta base de clientes e influência de marca. O sucesso do IBIT prova que a BlackRock consegue alcançar investidores tradicionais e convencê-los a alocar capital em criptoativos. Se o ETF de staking de Ethereum for aprovado, a BlackRock poderá rapidamente afirmar-se como líder deste segmento, tal como conseguiu no mercado de ETFs de Bitcoin à vista.
Perspetivas regulatórias e impacto no mercado
A SEC tem adotado uma postura tradicionalmente cautelosa relativamente aos produtos de staking. Sob a presidência de Gary Gensler, a entidade reguladora levantou dúvidas sobre os serviços de staking, considerando que poderiam constituir uma emissão não registada de valores mobiliários. No entanto, com a mudança de liderança resultante da chegada de um governo mais favorável às criptomoedas nos EUA, sob Trump, o ambiente regulatório melhorou substancialmente, com várias investigações a empresas cripto a serem canceladas ou resolvidas por acordo.
Se o ETF de staking de Ethereum da BlackRock for aprovado, poderá “transformar radicalmente o panorama do mercado”. Em primeiro lugar, disponibilizará a milhões de investidores tradicionais um canal regulado para acesso a rendimentos de staking, potencialmente desviando grandes volumes de capital das bolsas centralizadas e dos protocolos DeFi para os ETFs. Em segundo lugar, aumentará a adoção institucional do Ethereum, já que os ETFs de staking oferecem expectativas de retorno superiores às dos ETFs à vista. Em terceiro lugar, poderá desencadear uma onda de pedidos por parte de outras gestoras de ativos, conduzindo a um crescimento explosivo do mercado de ETFs de staking.