A National Retail Foundation (NRF) dos Estados Unidos prevê que as vendas a retalho no feriado de Ação de Graças, Natal e Ano Novo em 2025 ultrapassarão 1 bilião de dólares, um crescimento de 4,2% face aos 976 mil milhões de dólares em 2024. Por detrás deste impressionante consumo, os setores bancário e de pagamentos digitais são o foco de maior atenção em Wall Street, especialmente num contexto em que a inteligência artificial impulsiona o rápido desenvolvimento das fintech e os pagamentos digitais se tornam uma norma de consumo. A época festiva é, assim, um momento-chave para observar a indústria dos pagamentos.
Michael William Beer, diretor de criptomoedas e publicidade da plataforma de marketing Whop, salienta que a época festiva é tradicionalmente um período de explosão para o “BNPL” (Buy Now Pay Later – Compre Agora, Pague Depois) e para os pagamentos digitais, potenciando a capacidade de compra dos consumidores durante as festas. No entanto, alerta que o aumento do tráfego representa um grande desafio para os sistemas de pagamentos, sendo fundamental que as plataformas consigam manter uma operação estável sob elevada carga, fator decisivo para o seu desempenho global.
Para os operadores de pagamentos, o maior desafio reside no serviço ao cliente. Scott Bialek, cofundador da empresa financeira Hurst Lending de Dallas, afirma que, com o aumento do volume de transações, também crescem exponencialmente os problemas como falhas de pagamento, cobranças duplicadas e pedidos de reembolso, tornando a capacidade das empresas de responder em tempo real o maior teste de stress da época festiva.
Nikita Zelezkins, COO da empresa global de pagamentos online Noda, acrescenta que os meses de novembro e dezembro representam entre 15% a 20% das vendas anuais no retalho mundial, tornando este período um verdadeiro campo de batalha para todos os operadores de pagamentos. Dá como exemplo a empresa de pagamentos digitais Adyen, que só na Black Friday e Cyber Monday deste ano processou 43 mil milhões de dólares, um aumento anual de 27%. Observa ainda que o volume de transações dos clientes dos setores do turismo e do e-commerce também aumentou em simultâneo.
Zelezkins considera que a taxa de compras online varia entre países — cerca de 40% no Reino Unido, 30% nos EUA e 19% na Alemanha — mas a tendência comum é o crescimento estável do consumo online e offline. Para os operadores de pagamentos, a época festiva funciona como um teste de stress, sendo que as empresas que conseguem responder de forma sólida tendem a transformar o pico de atividade de curto prazo em crescimento sustentável a longo prazo.
Neste contexto, que ações têm maior probabilidade de beneficiar da oportunidade de negócio de 1 bilião de dólares durante a época festiva? As três empresas seguintes foram destacadas por vários especialistas financeiros como os títulos de pagamentos com maior potencial nesta época. Observação puramente de mercado, sem qualquer recomendação de investimento.
Visa (NYSE: V)
A Visa é estável, resistente e possui uma base de mercado muito forte. Embora as suas ações tenham subido apenas 3,5% este ano, não sendo particularmente impressionante, o seu modelo de negócio funciona como uma “autoestrada digital de cobrança”, gerando receita em cada transação sem correr riscos de crédito, suportando assim menos pressão do que os bancos. A inflação pode até beneficiar a Visa, pois com o aumento dos preços, também sobem as comissões de transação. Analistas do JPMorgan referem que a Visa está a acelerar a sua aposta em pagamentos em blockchain e em novas infraestruturas financeiras, mas o verdadeiro atrativo para os investidores reside na sua posição de mercado insubstituível, processando diariamente milhares de milhões de transações de forma estável.
PayPal (NASDAQ: PYPL)
A época de compras online estimula fortemente as plataformas de pagamentos e BNPL, sendo a PayPal um dos principais beneficiários. Michael Foote, fundador da Quote Goat e ex-executivo do HSBC, afirma que a PayPal dispõe de um ecossistema de pagamentos maduro e uma forte linha de produtos BNPL, registando um aumento significativo do volume de transações durante as festas e beneficiando da crescente procura por pagamentos diferidos. Apesar das ações da PayPal terem caído mais de 27% em 2025, levantando preocupações sobre o seu potencial de crescimento, os analistas consideram tratar-se de uma oscilação de curto prazo, não de uma tendência de longo prazo. A PayPal está a expandir ativamente os negócios de agência, a fortalecer parcerias empresariais e a estabelecer alianças tecnológicas com gigantes como a OpenAI e a Google. Os seus 434 milhões de utilizadores ativos e o ecossistema Venmo constituem uma vantagem competitiva sustentável. O mercado espera de forma generalizada que, se a empresa conseguir otimizar custos e revitalizar produtos nos próximos dois anos, a queda das ações este ano constituirá uma rara oportunidade de entrada para investidores de longo prazo.
Block (NYSE: XYZ)
A Block, anteriormente conhecida como Square, tem vindo a reposicionar ativamente a sua marca nos últimos anos, anunciando um plano de crescimento trienal e um programa de recompra de ações de 5 mil milhões de dólares para aumentar a confiança do mercado. A empresa estima que a receita atingirá 32,8 mil milhões de dólares em 2028, traçando um plano de crescimento a longo prazo para os investidores. A Block detém produtos core como Cash App e Square, abrangendo POS para comerciantes, carteiras eletrónicas, pagamentos peer-to-peer e BNPL, sendo uma das empresas mais diversificadas do setor fintech. Foote considera que esta estratégia multifacetada dá à Block maior capacidade de beneficiar do pico de consumo da época festiva. Atualmente, as ações estão em cerca de 62 dólares, sendo consideradas por muitos analistas como um título de crescimento subvalorizado. Com a recompra de ações, a expansão de produtos e a tendência de crescimento do mercado de pagamentos, prevê-se que a Block se destaque nos próximos anos.
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Analistas de Wall Street: Três ações podem beneficiar-se dos resultados das compras festivas
A National Retail Foundation (NRF) dos Estados Unidos prevê que as vendas a retalho no feriado de Ação de Graças, Natal e Ano Novo em 2025 ultrapassarão 1 bilião de dólares, um crescimento de 4,2% face aos 976 mil milhões de dólares em 2024. Por detrás deste impressionante consumo, os setores bancário e de pagamentos digitais são o foco de maior atenção em Wall Street, especialmente num contexto em que a inteligência artificial impulsiona o rápido desenvolvimento das fintech e os pagamentos digitais se tornam uma norma de consumo. A época festiva é, assim, um momento-chave para observar a indústria dos pagamentos.
Michael William Beer, diretor de criptomoedas e publicidade da plataforma de marketing Whop, salienta que a época festiva é tradicionalmente um período de explosão para o “BNPL” (Buy Now Pay Later – Compre Agora, Pague Depois) e para os pagamentos digitais, potenciando a capacidade de compra dos consumidores durante as festas. No entanto, alerta que o aumento do tráfego representa um grande desafio para os sistemas de pagamentos, sendo fundamental que as plataformas consigam manter uma operação estável sob elevada carga, fator decisivo para o seu desempenho global.
Para os operadores de pagamentos, o maior desafio reside no serviço ao cliente. Scott Bialek, cofundador da empresa financeira Hurst Lending de Dallas, afirma que, com o aumento do volume de transações, também crescem exponencialmente os problemas como falhas de pagamento, cobranças duplicadas e pedidos de reembolso, tornando a capacidade das empresas de responder em tempo real o maior teste de stress da época festiva.
Nikita Zelezkins, COO da empresa global de pagamentos online Noda, acrescenta que os meses de novembro e dezembro representam entre 15% a 20% das vendas anuais no retalho mundial, tornando este período um verdadeiro campo de batalha para todos os operadores de pagamentos. Dá como exemplo a empresa de pagamentos digitais Adyen, que só na Black Friday e Cyber Monday deste ano processou 43 mil milhões de dólares, um aumento anual de 27%. Observa ainda que o volume de transações dos clientes dos setores do turismo e do e-commerce também aumentou em simultâneo.
Zelezkins considera que a taxa de compras online varia entre países — cerca de 40% no Reino Unido, 30% nos EUA e 19% na Alemanha — mas a tendência comum é o crescimento estável do consumo online e offline. Para os operadores de pagamentos, a época festiva funciona como um teste de stress, sendo que as empresas que conseguem responder de forma sólida tendem a transformar o pico de atividade de curto prazo em crescimento sustentável a longo prazo.
Neste contexto, que ações têm maior probabilidade de beneficiar da oportunidade de negócio de 1 bilião de dólares durante a época festiva? As três empresas seguintes foram destacadas por vários especialistas financeiros como os títulos de pagamentos com maior potencial nesta época. Observação puramente de mercado, sem qualquer recomendação de investimento.
Visa (NYSE: V)
A Visa é estável, resistente e possui uma base de mercado muito forte. Embora as suas ações tenham subido apenas 3,5% este ano, não sendo particularmente impressionante, o seu modelo de negócio funciona como uma “autoestrada digital de cobrança”, gerando receita em cada transação sem correr riscos de crédito, suportando assim menos pressão do que os bancos. A inflação pode até beneficiar a Visa, pois com o aumento dos preços, também sobem as comissões de transação. Analistas do JPMorgan referem que a Visa está a acelerar a sua aposta em pagamentos em blockchain e em novas infraestruturas financeiras, mas o verdadeiro atrativo para os investidores reside na sua posição de mercado insubstituível, processando diariamente milhares de milhões de transações de forma estável.
PayPal (NASDAQ: PYPL)
A época de compras online estimula fortemente as plataformas de pagamentos e BNPL, sendo a PayPal um dos principais beneficiários. Michael Foote, fundador da Quote Goat e ex-executivo do HSBC, afirma que a PayPal dispõe de um ecossistema de pagamentos maduro e uma forte linha de produtos BNPL, registando um aumento significativo do volume de transações durante as festas e beneficiando da crescente procura por pagamentos diferidos. Apesar das ações da PayPal terem caído mais de 27% em 2025, levantando preocupações sobre o seu potencial de crescimento, os analistas consideram tratar-se de uma oscilação de curto prazo, não de uma tendência de longo prazo. A PayPal está a expandir ativamente os negócios de agência, a fortalecer parcerias empresariais e a estabelecer alianças tecnológicas com gigantes como a OpenAI e a Google. Os seus 434 milhões de utilizadores ativos e o ecossistema Venmo constituem uma vantagem competitiva sustentável. O mercado espera de forma generalizada que, se a empresa conseguir otimizar custos e revitalizar produtos nos próximos dois anos, a queda das ações este ano constituirá uma rara oportunidade de entrada para investidores de longo prazo.
Block (NYSE: XYZ)
A Block, anteriormente conhecida como Square, tem vindo a reposicionar ativamente a sua marca nos últimos anos, anunciando um plano de crescimento trienal e um programa de recompra de ações de 5 mil milhões de dólares para aumentar a confiança do mercado. A empresa estima que a receita atingirá 32,8 mil milhões de dólares em 2028, traçando um plano de crescimento a longo prazo para os investidores. A Block detém produtos core como Cash App e Square, abrangendo POS para comerciantes, carteiras eletrónicas, pagamentos peer-to-peer e BNPL, sendo uma das empresas mais diversificadas do setor fintech. Foote considera que esta estratégia multifacetada dá à Block maior capacidade de beneficiar do pico de consumo da época festiva. Atualmente, as ações estão em cerca de 62 dólares, sendo consideradas por muitos analistas como um título de crescimento subvalorizado. Com a recompra de ações, a expansão de produtos e a tendência de crescimento do mercado de pagamentos, prevê-se que a Block se destaque nos próximos anos.
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