Fitch alerta: exposição dos bancos ao Bitcoin carece de isolamento de risco, podendo levar a uma descida da notação de crédito

A agência internacional de notação de crédito Fitch lançou um sério aviso, apontando diretamente que os bancos norte-americanos, após o afrouxamento da regulação durante o governo Trump, têm investido ativamente em Bitcoin e ativos digitais. Caso a exposição às criptomoedas não seja suficientemente segregada em termos de risco, as notações de crédito poderão ser revistas em baixa, o que aumentará os custos de financiamento. Este relatório soa o alarme para gigantes de Wall Street como JPMorgan, Bank of America e Wells Fargo.

As três principais lógicas por trás da ameaça de rebaixamento da Fitch

數位資產波動性

(Fonte: Fitch Ratings)

A Fitch indica claramente no relatório que, desde que a exposição dos bancos ao Bitcoin se torne “concentrada” ou “significativa”, o modelo de notação de crédito ativará mecanismos de penalização. Este aviso assenta em três camadas de lógica de risco:

Risco de volatilidade: O preço do Bitcoin pode oscilar mais de 10% em 24 horas, e esta volatilidade extrema impacta diretamente a estabilidade do balanço dos bancos. As notações de crédito tradicionais de bancos baseiam-se em fluxos de caixa previsíveis e valores de ativos estáveis, algo que o perfil do Bitcoin contradiz completamente.

Risco de conformidade: O quadro regulatório das criptomoedas está em rápida evolução. Embora, em novembro, o Gabinete do Controlador da Moeda (OCC) tenha emitido uma carta interpretativa permitindo aos bancos deter pequenas quantidades de ativos digitais para “fins operacionais”, não existe uma linha clara entre “pequena” e “significativa”. A Fitch teme que, caso o sentido regulatório mude novamente, bancos com grandes posições em Bitcoin possam enfrentar sanções retroativas ou exigências de desalavancagem forçada.

Risco operacional: Inclui gestão de carteiras, custódia de chaves privadas, ataques informáticos e fraude interna. Os bancos tradicionais já dispõem de mecanismos de gestão de risco consolidados para moedas fiduciárias, mas as características técnicas do Bitcoin exigem uma arquitetura de segurança totalmente nova. Nas suas avaliações, a Fitch encontrou que muitos bancos ainda não estabeleceram “firewalls” suficientes para isolar a atividade cripto do core bancário, o que significa que perdas significativas no departamento de cripto poderão ameaçar diretamente a estabilidade financeira global da instituição.

O dilema dos gigantes de Wall Street

美國數位資產監管規定

(Fonte: Fitch Ratings)

Para bancos como JPMorgan, Bank of America e Wells Fargo, blockchain e Bitcoin representam rotas de pagamento mais rápidas, liquidação automática via smart contracts e novas fontes de receita com comissões. Estes bancos já testam internamente redes de pagamentos blockchain e oferecem serviços de custódia de criptomoedas a clientes empresariais. Contudo, a Fitch apresenta outra conta no seu modelo: se a exposição cripto se concentrar, os novos rendimentos dificilmente cobrirão os três riscos acima mencionados.

O relatório afirma: “Receitas estáveis de comissões não compensam os riscos de volatilidade, conformidade e operação.” Esta frase resume o dilema central de Wall Street. Se Fitch, Moody’s ou S&P rebaixarem a notação dos bancos, as consequências serão imediatas. As taxas de juro para emissão de dívida interbancária, obrigações prioritárias e captação de fundos nos mercados de capitais subirão, comprimindo diretamente a margem líquida de juros. Para grandes bancos dependentes de financiamento grossista, um rebaixamento de um nível pode aumentar o custo de financiamento em 20 a 50 pontos base, o que equivale a centenas de milhões de dólares em juros adicionais por ano.

Mais grave ainda é a perda de reputação. Um rebaixamento envia ao mercado o sinal de má gestão do risco por parte do banco, podendo provocar pânico entre depositantes e retiradas por parte de investidores institucionais. Na era das redes sociais, a velocidade de propagação desse sinal supera largamente o passado, podendo transformar-se numa crise de liquidez em poucas horas. Bancos de grande capitalização podem aguentar a disputa entre rendimentos e custos, mas bancos de média e pequena dimensão, ansiosos por romper, talvez não consigam suportar o custo de um rebaixamento.

O efeito dominó dos depósitos drenados por stablecoins

A Fitch e a Moody’s estão atentas não só ao Bitcoin, mas também à rápida expansão das stablecoins. Quando os clientes transferem depósitos em dólares para USDC, USDT e outras stablecoins, a base de liquidez dos bancos é erodida, formando um fenómeno de “desintermediação dos depósitos”. Os emissores de stablecoins normalmente utilizam títulos do Tesouro dos EUA como reserva, fundos que deveriam permanecer como depósitos no sistema bancário, mas que agora fluem para o ecossistema on-chain.

Ainda mais perigoso é o risco sistémico. Se o pânico levar a resgates massivos, os emissores de stablecoins terão de vender títulos do Tesouro para cumprir as obrigações, pressionando o mercado obrigacionista e afetando todo o sistema financeiro. O colapso do Silicon Valley Bank em março de 2023 já mostrou como uma crise de liquidez pode destruir um banco em poucas horas. Se uma onda de resgates de stablecoins coincidir com uma crise de liquidez bancária, as consequências serão ainda mais desastrosas.

No relatório, a Fitch utiliza o conceito de “dolarização sombra”, indicando que os mecanismos de fixação de preços e liquidação em dólares estão a ser marginalizados, o que cria uma bomba-relógio a longo prazo para a autoridade monetária da Reserva Federal. À medida que mais transações são liquidadas on-chain via stablecoins, o controlo da Fed sobre a velocidade de circulação do dinheiro e a criação de crédito será reduzido. Isto não é apenas um problema bancário, é um desafio à soberania monetária.

O perigoso equilíbrio entre inovação e notação de crédito

Os sinais políticos mostram-se divididos. A carta interpretativa do OCC de novembro parece dar luz verde às redes de pagamentos blockchain, mas o aviso vermelho da Fitch permanece. Isto coloca os bancos numa posição desconfortável de “luz verde regulatória, mas luz vermelha de notação de crédito”. As autoridades dizem que é permitido, mas as agências de rating avisam que haverá penalização – a quem devem os bancos dar ouvidos?

Com o avanço do «2025 GENIUS Act», Wall Street terá de equilibrar a busca por novas fontes de receita com a manutenção das notações de crédito. O relatório da Fitch traça uma linha clara: a inovação é permitida, mas deve assentar numa rigorosa segregação de riscos. Para os bancos, a questão agora já não é apenas “se podem fazer”, mas sim “quanto podem fazer sem pagar mais caro pelo financiamento”.

Neste equilíbrio cada vez mais estreito, cada passo desafia a reavaliação de Wall Street sobre risco, retorno e reputação. Os bancos que abraçam o Bitcoin têm de responder à questão central: as receitas adicionais de comissões são suficientes para cobrir o possível aumento do custo de financiamento? Se a resposta for negativa, este experimento com criptomoedas pode terminar mais cedo do que o esperado.

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