A minha ideia de “estabilidade” acabou por desaparecer completamente (que o aviso seja para ti)
Quando o mercado arrefeceu, toda a gente procurava uma saída. Uns investiam em gestão financeira, outros faziam trabalhos secundários, alguns acumulavam moedas principais, e há quem optasse por não fazer nada. Eu, na altura, só queria que o pouco dinheiro que tinha fosse “um pouco mais seguro”. Por isso, quando a gestão financeira da AnYin apareceu à minha frente, quase que não hesitei.
A AnYin é uma bolsa centralizada, antiga no setor desde a era do Bitcoin, com uma interface, serviço e resposta ao cliente bastante “profissionais”. Na altura, eles promoviam um produto de gestão financeira de curto prazo — depositar por 10 dias, com um retorno anualizado de 16%. Em comparação com os esquemas que prometem 50% ou 100%, este rendimento parecia “moderado”, até dava a ilusão de que “eles sabem controlar riscos”. Então, investi. Os lucros diários aumentavam no painel, a interface era limpa, o suporte ao cliente respondia, tudo parecia sob controlo. Naquele período, o mercado estava morto, mas eu, por causa daquele “rendimento estável”, achava que era mais inteligente que os outros.
Quando a Luna colapsou, senti-me um pouco inseguro, afinal o mercado inteiro estava instável. Mas a AnYin parecia tranquila, atualizava relatórios diários normalmente, os dados estavam normais, os levantamentos fluíam sem problemas, tudo parecia normal. Só mais tarde percebi que aquela “aparência de calma” era uma ilusão antes da tempestade — os projetos de mineração em que investiam já tinham problemas, apenas ainda estavam a aguentar-se na superfície.
Quando surgiram os primeiros rumores, o responsável pela AnYin, Huang Tianwei, veio pessoalmente desmentir. Com tom firme, garantiu que os fundos da empresa estavam seguros, que os negócios eram estáveis, e pediu para não entrarem em pânico. Na altura, ainda confiei nele. Afinal, no setor, sabia-se que ele tinha boas ligações, e tinha anos de experiência. Na altura, até pensei: “Este tipo não vai fugir, mesmo que perca algum dinheiro, vai arranjar maneira de recuperar.” Mas, pensando bem depois, foi exatamente essa imagem “confiável” que fez mais pessoas baixarem a guarda.
Depois, a plataforma lançou um novo produto — USDT para AUSD. Diziam que era uma stablecoin desenvolvida pela própria AnYin, para aumentar a liquidez e ultrapassar a crise. Muitos acreditaram e continuaram a investir. Eu já sentia que algo não estava bem, mas ainda mantinha uma esperança. Afinal, quando estamos presos, a racionalidade desaparece.
Logo, os levantamentos começaram a ficar lentos, os anúncios tornaram-se cada vez mais vagos, o suporte começou a fingir que nada acontecia. Num dia de manhã, ao abrir a conta, apareceu a mensagem “Sistema em manutenção”. Nesse momento, soube que tinha acabado. Depois, disseram que Huang Tianwei estava na Turquia, mas rapidamente circularam fotos a mostrar que ele estava na Guangxi, em Guigang. Foi aí que percebemos definitivamente — ele não fugiu para o estrangeiro, apenas mudou de local para continuar a viver.
Dizem que alguns investidores com contactos fortes conseguiram recuperar parte do dinheiro. Quanto a nós, utilizadores comuns, fomos quase todos completamente enganados. O dinheiro que perdi não era grande, mas a sensação de ter sido tratado como um tolo foi pior que a perda financeira. Percebemos que, no mundo centralizado, não há regulamentação, nem proteção, nem mecanismos de resgate. Contratos, capturas de tela, conversas — tudo é papel inútil. Assim que a plataforma corta a ligação, não há forma de expressar a raiva.
A crise da AnYin fez-me perder a esperança de “gestão financeira estável”. Antes, achava que o risco vinha de oscilações extremas, ataques de hackers ou vulnerabilidades técnicas. Só depois percebi que o risco mais mortal não é o sistema, mas a confiança. Pensamos que estamos a lidar com uma bolsa, mas na verdade, só estamos a entregar o dinheiro a uma pessoa; pensamos que eles estão a fazer negócios, mas na realidade, estão a montar uma armadilha.
Dizem que o risco no mercado de criptomoedas é alto, mas agora acho que — o risco das plataformas centralizadas é ainda maior. Porque fazem-nos acreditar que há ordem, segurança e custódia, quando na verdade tudo é uma fachada. Quando algo corre mal, eles até conseguem fugir com a “fuga” bem justificada.
Olho para trás, aquela experiência parece uma noite silenciosa de pesadelo. Não houve uma explosão, nem sinais de aviso, só num dia qualquer, percebes de repente que o saldo desapareceu, o suporte desapareceu, até as pessoas em quem confiavas sumiram. Nesse momento, percebes claramente que a “estabilidade” é apenas uma ilusão partilhada.
Depois, sempre que alguém me pergunta se, em tempos de mercado mau, vale a pena fazer algum investimento, eu balanço a cabeça. Não porque rejeite os lucros, mas porque finalmente percebi — no mundo das criptomoedas, nenhuma plataforma pode assumir os riscos por ti. O único que podes controlar és tu próprio; o que podes proteger é o dinheiro que não entregaste a ninguém.
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A minha ideia de “estabilidade” acabou por desaparecer completamente (que o aviso seja para ti)
Quando o mercado arrefeceu, toda a gente procurava uma saída. Uns investiam em gestão financeira, outros faziam trabalhos secundários, alguns acumulavam moedas principais, e há quem optasse por não fazer nada. Eu, na altura, só queria que o pouco dinheiro que tinha fosse “um pouco mais seguro”. Por isso, quando a gestão financeira da AnYin apareceu à minha frente, quase que não hesitei.
A AnYin é uma bolsa centralizada, antiga no setor desde a era do Bitcoin, com uma interface, serviço e resposta ao cliente bastante “profissionais”. Na altura, eles promoviam um produto de gestão financeira de curto prazo — depositar por 10 dias, com um retorno anualizado de 16%. Em comparação com os esquemas que prometem 50% ou 100%, este rendimento parecia “moderado”, até dava a ilusão de que “eles sabem controlar riscos”. Então, investi. Os lucros diários aumentavam no painel, a interface era limpa, o suporte ao cliente respondia, tudo parecia sob controlo. Naquele período, o mercado estava morto, mas eu, por causa daquele “rendimento estável”, achava que era mais inteligente que os outros.
Quando a Luna colapsou, senti-me um pouco inseguro, afinal o mercado inteiro estava instável. Mas a AnYin parecia tranquila, atualizava relatórios diários normalmente, os dados estavam normais, os levantamentos fluíam sem problemas, tudo parecia normal. Só mais tarde percebi que aquela “aparência de calma” era uma ilusão antes da tempestade — os projetos de mineração em que investiam já tinham problemas, apenas ainda estavam a aguentar-se na superfície.
Quando surgiram os primeiros rumores, o responsável pela AnYin, Huang Tianwei, veio pessoalmente desmentir. Com tom firme, garantiu que os fundos da empresa estavam seguros, que os negócios eram estáveis, e pediu para não entrarem em pânico. Na altura, ainda confiei nele. Afinal, no setor, sabia-se que ele tinha boas ligações, e tinha anos de experiência. Na altura, até pensei: “Este tipo não vai fugir, mesmo que perca algum dinheiro, vai arranjar maneira de recuperar.” Mas, pensando bem depois, foi exatamente essa imagem “confiável” que fez mais pessoas baixarem a guarda.
Depois, a plataforma lançou um novo produto — USDT para AUSD. Diziam que era uma stablecoin desenvolvida pela própria AnYin, para aumentar a liquidez e ultrapassar a crise. Muitos acreditaram e continuaram a investir. Eu já sentia que algo não estava bem, mas ainda mantinha uma esperança. Afinal, quando estamos presos, a racionalidade desaparece.
Logo, os levantamentos começaram a ficar lentos, os anúncios tornaram-se cada vez mais vagos, o suporte começou a fingir que nada acontecia. Num dia de manhã, ao abrir a conta, apareceu a mensagem “Sistema em manutenção”. Nesse momento, soube que tinha acabado. Depois, disseram que Huang Tianwei estava na Turquia, mas rapidamente circularam fotos a mostrar que ele estava na Guangxi, em Guigang. Foi aí que percebemos definitivamente — ele não fugiu para o estrangeiro, apenas mudou de local para continuar a viver.
Dizem que alguns investidores com contactos fortes conseguiram recuperar parte do dinheiro. Quanto a nós, utilizadores comuns, fomos quase todos completamente enganados. O dinheiro que perdi não era grande, mas a sensação de ter sido tratado como um tolo foi pior que a perda financeira. Percebemos que, no mundo centralizado, não há regulamentação, nem proteção, nem mecanismos de resgate. Contratos, capturas de tela, conversas — tudo é papel inútil. Assim que a plataforma corta a ligação, não há forma de expressar a raiva.
A crise da AnYin fez-me perder a esperança de “gestão financeira estável”. Antes, achava que o risco vinha de oscilações extremas, ataques de hackers ou vulnerabilidades técnicas. Só depois percebi que o risco mais mortal não é o sistema, mas a confiança. Pensamos que estamos a lidar com uma bolsa, mas na verdade, só estamos a entregar o dinheiro a uma pessoa; pensamos que eles estão a fazer negócios, mas na realidade, estão a montar uma armadilha.
Dizem que o risco no mercado de criptomoedas é alto, mas agora acho que — o risco das plataformas centralizadas é ainda maior. Porque fazem-nos acreditar que há ordem, segurança e custódia, quando na verdade tudo é uma fachada. Quando algo corre mal, eles até conseguem fugir com a “fuga” bem justificada.
Olho para trás, aquela experiência parece uma noite silenciosa de pesadelo. Não houve uma explosão, nem sinais de aviso, só num dia qualquer, percebes de repente que o saldo desapareceu, o suporte desapareceu, até as pessoas em quem confiavas sumiram. Nesse momento, percebes claramente que a “estabilidade” é apenas uma ilusão partilhada.
Depois, sempre que alguém me pergunta se, em tempos de mercado mau, vale a pena fazer algum investimento, eu balanço a cabeça. Não porque rejeite os lucros, mas porque finalmente percebi — no mundo das criptomoedas, nenhuma plataforma pode assumir os riscos por ti. O único que podes controlar és tu próprio; o que podes proteger é o dinheiro que não entregaste a ninguém.