O desempenho recente da última emissão de obrigações japonesas a 10 anos foi bastante impressionante, com as expectativas de subida das taxas de juro a dispararem para cerca de 80%. Estas oscilações nos mercados financeiros tradicionais, na verdade, não estão totalmente desligadas dos movimentos dos criptoativos.

Do ponto de vista dos fluxos de capital, o Japão, enquanto uma das principais economias mundiais, costuma provocar uma realocação de capitais sempre que altera a sua política monetária. O aumento das expectativas de subida das taxas de juro significa que os produtos tradicionais de rendimento fixo se tornam mais atraentes, pelo que parte dos capitais voláteis pode ser retirada dos ativos de risco, procurando retornos mais estáveis. O mercado cripto, sendo um ativo de elevada volatilidade, poderá naturalmente sofrer algum impacto.

No entanto, para o investidor comum, estas mudanças a nível macro servem mais como um alerta do que como um sinal de alarme. As estratégias de adaptação não são, na verdade, muito complicadas:

Primeiro, manter a sensibilidade à informação, acompanhando as tendências das políticas das principais economias globais;
Segundo, assegurar flexibilidade na alocação de ativos, evitando apostar tudo numa única área;
Terceiro, pensar de forma independente é mais importante do que seguir a multidão.

Para ser sincero, as mudanças no ambiente externo trazem, de facto, alguma pressão de curto prazo ao mercado, mas a lógica subjacente ao universo cripto — inovação tecnológica, implementação prática, consenso da comunidade — nada disto desaparece só porque um país decide subir as taxas de juro. Um bom projeto continua a ser um bom projeto; a chave é saber encontrar o sinal no meio do ruído.

O mercado está sempre em movimento; quem sobrevive não é quem prevê melhor, mas sim quem gere o risco de forma mais sólida.

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