A probabilidade de descida das taxas aproxima-se dos 90%, mas a Fed está em pé de guerra
Os dados de mercado mostram que a possibilidade de um corte de 25 pontos base nas taxas em dezembro já disparou para perto de 90%. Parece garantido? Mas o que talvez não saibas é que, internamente, a Reserva Federal está mais dividida do que nunca.
Expectativas unilaterais, divisão interna Figuras centrais como o presidente da Fed de Nova Iorque, Williams, têm assumido recentemente uma posição muito mais dovish, impulsionando diretamente o sentimento do mercado. Mas, por outro lado, só na semana passada, metade dos 12 presidentes regionais da Fed vieram a público alertar: a inflação ainda não está controlada, não se precipitem a aliviar. Uma divisão tão clara é realmente rara.
Wall Street muda o discurso, mas onde fica o fim da linha? O Bank of America acabou de rever as previsões e juntou-se ao Goldman Sachs e ao J.P. Morgan, todos acreditando que os cortes começam em dezembro. Mais interessante ainda, o BofA refere que o ritmo dos cortes pode não ter tanto a ver com os dados económicos, mas sim com “ajustes de pessoal”, estimando que a taxa final fique entre 3% e 3,25%.
O verdadeiro mistério: a “taxa neutra” invisível Todos estão atentos à próxima reunião, mas o rumo a longo prazo depende de algo mais difícil de resolver — a taxa de juro neutra. Estudos da OCDE apontam que, até 2027, as taxas nas economias desenvolvidas deverão manter-se acima dos níveis pré-pandemia, principalmente devido ao elevado endividamento público. Ou seja, o espaço para cortes futuros pode ser muito menor do que o mercado espera.
Até onde está o mercado disposto a apostar? Pelos preços dos futuros, os traders já estão a apostar num total adicional de 65 a 70 pontos base de cortes após janeiro do próximo ano. O problema é que, com a falta de consenso interno, qualquer caminho poderá ser mais sinuoso do que se imagina. A história mostra que as expectativas unânimes costumam ser as mais perigosas. Será diferente desta vez?
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StableGeniusDegen
· 19h atrás
A Reserva Federal dos EUA é agora um grande teatro, metade das pessoas diz para baixar as taxas e a outra metade diz para não baixar, previsões tão confusas como estas são as mais perigosas.
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ForkLibertarian
· 19h atrás
O Fed está dividido 50/50, isto é embaraçoso, parece que ninguém consegue prever.
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GateUser-0717ab66
· 19h atrás
A Reserva Federal está dividida ao meio, desta vez está mesmo no ar... metade quer baixar, metade quer manter, o mercado aposta em 65-70bp🤔, no fundo é tudo mentalidade de apostador, afinal, quem é que percebe realmente aquela coisa da taxa de juro neutra?
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ChainWatcher
· 19h atrás
Esta disputa interna na Fed está mesmo no auge, metade quer baixar, metade quer manter a todo o custo, afinal quem é que vai ganhar?
A questão de baixar as taxas não é assim tão complicada, o problema é que este pessoal nem consegue chegar a um consenso... quanto mais se estuda a taxa neutra, mais absurda parece
Wall Street agora muda de opinião como quem muda de camisa, só reagem conforme lhes convém
65 a 70 pontos base? Sonhar não custa, o pior é se não baixam nem um único ponto
A inflação está mesmo controlada? Parece-me que ainda estão a enganar
Quanto mais unânimes as expectativas, maior o risco, e desta vez não vai ser diferente... mais vale ficar à margem e esperar
O Bank of America diz que é uma questão de mudanças internas, haha, finalmente alguém teve coragem de dizer a verdade
Vem aí uma vaga de cortes nas taxas? A mim parece-me mais que a Fed está a lutar consigo própria
Esta linha de base dos 3%-3,25% parece-me um bocado alta, ainda pode cair?
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just_another_fish
· 19h atrás
O maior perigo para a Fed é uma divisão interna de 50/50 e expectativas de consenso... Este ritmo faz lembrar um pouco uma aposta.
A probabilidade de descida das taxas aproxima-se dos 90%, mas a Fed está em pé de guerra
Os dados de mercado mostram que a possibilidade de um corte de 25 pontos base nas taxas em dezembro já disparou para perto de 90%. Parece garantido? Mas o que talvez não saibas é que, internamente, a Reserva Federal está mais dividida do que nunca.
Expectativas unilaterais, divisão interna
Figuras centrais como o presidente da Fed de Nova Iorque, Williams, têm assumido recentemente uma posição muito mais dovish, impulsionando diretamente o sentimento do mercado. Mas, por outro lado, só na semana passada, metade dos 12 presidentes regionais da Fed vieram a público alertar: a inflação ainda não está controlada, não se precipitem a aliviar. Uma divisão tão clara é realmente rara.
Wall Street muda o discurso, mas onde fica o fim da linha?
O Bank of America acabou de rever as previsões e juntou-se ao Goldman Sachs e ao J.P. Morgan, todos acreditando que os cortes começam em dezembro. Mais interessante ainda, o BofA refere que o ritmo dos cortes pode não ter tanto a ver com os dados económicos, mas sim com “ajustes de pessoal”, estimando que a taxa final fique entre 3% e 3,25%.
O verdadeiro mistério: a “taxa neutra” invisível
Todos estão atentos à próxima reunião, mas o rumo a longo prazo depende de algo mais difícil de resolver — a taxa de juro neutra. Estudos da OCDE apontam que, até 2027, as taxas nas economias desenvolvidas deverão manter-se acima dos níveis pré-pandemia, principalmente devido ao elevado endividamento público. Ou seja, o espaço para cortes futuros pode ser muito menor do que o mercado espera.
Até onde está o mercado disposto a apostar?
Pelos preços dos futuros, os traders já estão a apostar num total adicional de 65 a 70 pontos base de cortes após janeiro do próximo ano. O problema é que, com a falta de consenso interno, qualquer caminho poderá ser mais sinuoso do que se imagina. A história mostra que as expectativas unânimes costumam ser as mais perigosas. Será diferente desta vez?