No dia em que o saldo da conta caiu para 900U, fiquei meia hora a olhar para a tela em estado de choque.

Dívida? 31 mil U. Informação de cobrança? Tão extensa que nem me atrevo a contar.

Naquele momento, toda vez que abria o software de trading, as mãos tremiam. Não era medo de perder, era o medo de nunca mais me reerguer nesta vida.

O mais desesperante na verdade não era ficar sem dinheiro, mas começar a duvidar de mim mesmo, questionando se realmente não tinha valor algum.

A virada veio de repente. Um amigo que faz trading há anos me disse: "O mercado nunca erra, o erro é a maneira como você tenta enfrentá-lo."

Na hora, essa frase foi um golpe no estômago, mas depois pensei melhor e percebi que, de fato, me salvou.

Comecei a mudar — não mais ficar obcecado com aquelas moedas que disparavam, nem tentar pegar o chamado "fundo". Focava em uma coisa só: entender a tendência, testar com pequenas posições, admitir quando errei, e transformar o stop loss em uma memória muscular.

Quando o saldo de 900U cresceu lentamente até 3800U, foi a primeira vez que senti que ainda tinha esperança.

No terceiro mês, ultrapassei os 10 mil e comecei a pagar minhas dívidas aos poucos. Foi aí que entendi que para dar a volta por cima, não é preciso que uma moeda valorize cem vezes, basta encontrar o método certo e avançar um passo de cada vez.

Seis meses depois, minha conta mostrava um lucro de 123 mil U. Dívida? Já estava quitada.

Não é que eu seja muito bom, é que acertei o caminho e me cerquei de pessoas que entendem.

Muita gente me pergunta se é possível recuperar uma dívida. Minha resposta é: sim, e provavelmente mais rápido do que você imagina.

Mas o pré-requisito é parar de fazer besteira e encontrar o caminho correto. Se o caminho estiver errado, por mais esforço, você só vai rodar em círculos.