Entrando em dezembro de 2025, o Bitcoin está a repetir aquele velho padrão — após atingir um pico de 90.360 dólares em novembro, continua a descer, caindo abaixo de 84.000 dólares em meados de dezembro. Em um único dia, os investidores globais foram liquidados em 5,91 bilhões de dólares, com 193.000 pessoas a sair do mercado. Ontem de madrugada, voltou a aproximar-se dos 85.000 dólares, parecendo que isto já virou uma rotina.

Olhar para os registos históricos explica tudo. Antes do Natal de 2018, o Bitcoin caiu de 6.000 dólares até 3.815 dólares. Naquela onda de 2022, com a falência da FTX coincidir com o ciclo natalício, o Bitcoin foi cortado à metade, caindo para 16.831 dólares. Mesmo em 2014 e 2015, não escaparam à tendência de recuo antes das festas. Isto não é coincidência, mas sim o resultado inevitável de vários fatores: contratos trimestrais de entrega, fundos institucionais a fazer o balanço de fim de ano, e a gestão de riscos dos traders antes das férias — tudo junto.

**Os números falam por si: o efeito Natal não é uma ilusão**

Não confies apenas na sensação, confia nos dados. Tomando o Bitcoin como exemplo (que representa mais de 58% do valor total de mercado das criptomoedas, sendo um indicador de tendência), contando 15 ciclos natalícios, de 2010 a 2024, houve 11 vezes em que houve queda na metade de dezembro, seguida de uma fase de oscilações estreitas no final do mês. A probabilidade de queda é de 73,3%.

O mais interessante é que, de 2021 a 2023, os três anos consecutivos, este ciclo voltou a acontecer — uma correção obrigatória antes do Natal. Só em 2024 é que este padrão foi quebrado, graças às expectativas de redução de taxas pelo Federal Reserve e à aprovação de ETFs de Bitcoin à vista, que criaram um impulso extra, invertendo a tendência. Isto confirma uma hipótese: o ambiente macroeconómico é o verdadeiro fator determinante.