Os futuros de açúcar de março em Nova Iorque tiveram uma alta repentina de +0,22 pontos (, subindo 1,48%), e o açúcar branco ICE de Londres de março subiu +4,30 pontos (, aumentando 1,01%) hoje. O rally marca um máximo de 2 semanas para o açúcar de NY e um pico de 1 semana para o açúcar de Londres, deixando os traders a questionar o que desencadeou este movimento acentuado para cima.
A resposta está na moeda do Brasil. Um real brasileiro mais forte em relação ao dólar provocou atividade de cobertura de posições em futuros de açúcar—basicamente traders fechando posições baixistas à medida que a economia muda. Aqui está a conexão: um real mais forte torna o açúcar brasileiro menos competitivo para exportação, o que reduz a pressão de venda do maior produtor de açúcar do mundo. Este alívio da pressão de oferta está alimentando a recuperação.
O Aumento da Produção É a Verdadeira História
Mas o quadro geral conta uma história diferente. A última semana tem sido brutal para os preços do açúcar, que caíram para mínimas de 3 semanas apenas dias atrás. Dois países estão inundando o mercado com aumento da produção.
O aumento da Índia é particularmente dramático. A Associação de Usinas de Açúcar da Índia relatou que a produção de açúcar saltou +43% em relação ao ano anterior em outubro-novembro para 4,11 milhões de toneladas métricas. Em 30 de novembro, 428 usinas estavam processando cana—um aumento em relação a 376 no ano passado. Olhando para frente, a ISMA elevou sua previsão de produção para 2025/26 para 31 MMT, de 30 MMT, refletindo um aumento de 18,8% em relação ao ano anterior. A Federação Nacional de Fábricas de Açúcar Cooperativas projeta que a Índia pode alcançar 34,9 MMT nesta temporada, um aumento de 19% em relação ao ano anterior, graças a uma maior área plantada e chuvas abundantes de monção (937.2mm, 8% acima do normal— as chuvas mais fortes em cinco anos).
A pegadinha? O ministério da alimentação da Índia limitou as exportações de açúcar a 1,5 MMT para 2025/26, abaixo das expectativas anteriores de 2 MMT. Este sistema de cotas está em vigor desde 2022/23 para proteger os suprimentos domésticos.
O Brasil não fica muito atrás. A Conab, agência de previsão de safra do Brasil, elevou sua estimativa de produção para 2025/26 para 45 MMT, de 44,5 MMT. Até meados de novembro, a produção de açúcar do Centro-Sul aumentou +8,7% em relação ao ano anterior, totalizando 983 MT, com a produção acumulada subindo +2,1% y/y para 39,179 MMT. O Serviço Agrícola Estrangeiro do USDA prevê que o Brasil alcançará um recorde de 44,7 MMT, alta de 2,3% y/y.
A Tailândia completa o trio. A Thai Sugar Millers Corp projeta que a produção de 2025/26 alcançará 10,5 MMT, um aumento de 5% em relação ao ano anterior. A Tailândia, o terceiro maior produtor e o segundo maior exportador do mundo, é significativamente importante para a dinâmica de oferta global.
O Problema do Excedente
Toda esta produção está a criar um enorme excesso. A Organização Internacional do Açúcar previu um excedente de 1,625 milhões de MT para 2025-26, uma reviravolta acentuada em relação a um défice de 2,916 milhões de MT em 2024-25. A ISO prevê que a produção global aumente +3,2% a/a para 181,8 MMT, enquanto o consumo sobe apenas 1,4% para 177,921 MMT.
Czarnikow, um grande comerciante de açúcar, está ainda mais pessimista—elevando sua estimativa de superávit global para 2025/26 para 8,7 MMT, um aumento de 1,2 MMT em relação à sua previsão de setembro de 7,5 MMT.
O Que Significa
O rally de hoje, embora chamativo, mascara uma configuração de baixa subjacente. A força do real brasileiro proporcionou um breve alívio através do fechamento de posições curtas—traders saindo de apostas baixistas—mas a realidade estrutural permanece: os abundantes suprimentos da Índia, Brasil e Tailândia estão pressionando os preços a longo prazo. A força do monção e a expansão da área cultivada sugerem pressão contínua na produção à frente.
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Rali do Açúcar Impulsionado pela Mudança da Moeda—O Que Está Por Trás do Recente Aumento de Preço?
Os futuros de açúcar de março em Nova Iorque tiveram uma alta repentina de +0,22 pontos (, subindo 1,48%), e o açúcar branco ICE de Londres de março subiu +4,30 pontos (, aumentando 1,01%) hoje. O rally marca um máximo de 2 semanas para o açúcar de NY e um pico de 1 semana para o açúcar de Londres, deixando os traders a questionar o que desencadeou este movimento acentuado para cima.
A resposta está na moeda do Brasil. Um real brasileiro mais forte em relação ao dólar provocou atividade de cobertura de posições em futuros de açúcar—basicamente traders fechando posições baixistas à medida que a economia muda. Aqui está a conexão: um real mais forte torna o açúcar brasileiro menos competitivo para exportação, o que reduz a pressão de venda do maior produtor de açúcar do mundo. Este alívio da pressão de oferta está alimentando a recuperação.
O Aumento da Produção É a Verdadeira História
Mas o quadro geral conta uma história diferente. A última semana tem sido brutal para os preços do açúcar, que caíram para mínimas de 3 semanas apenas dias atrás. Dois países estão inundando o mercado com aumento da produção.
O aumento da Índia é particularmente dramático. A Associação de Usinas de Açúcar da Índia relatou que a produção de açúcar saltou +43% em relação ao ano anterior em outubro-novembro para 4,11 milhões de toneladas métricas. Em 30 de novembro, 428 usinas estavam processando cana—um aumento em relação a 376 no ano passado. Olhando para frente, a ISMA elevou sua previsão de produção para 2025/26 para 31 MMT, de 30 MMT, refletindo um aumento de 18,8% em relação ao ano anterior. A Federação Nacional de Fábricas de Açúcar Cooperativas projeta que a Índia pode alcançar 34,9 MMT nesta temporada, um aumento de 19% em relação ao ano anterior, graças a uma maior área plantada e chuvas abundantes de monção (937.2mm, 8% acima do normal— as chuvas mais fortes em cinco anos).
A pegadinha? O ministério da alimentação da Índia limitou as exportações de açúcar a 1,5 MMT para 2025/26, abaixo das expectativas anteriores de 2 MMT. Este sistema de cotas está em vigor desde 2022/23 para proteger os suprimentos domésticos.
O Brasil não fica muito atrás. A Conab, agência de previsão de safra do Brasil, elevou sua estimativa de produção para 2025/26 para 45 MMT, de 44,5 MMT. Até meados de novembro, a produção de açúcar do Centro-Sul aumentou +8,7% em relação ao ano anterior, totalizando 983 MT, com a produção acumulada subindo +2,1% y/y para 39,179 MMT. O Serviço Agrícola Estrangeiro do USDA prevê que o Brasil alcançará um recorde de 44,7 MMT, alta de 2,3% y/y.
A Tailândia completa o trio. A Thai Sugar Millers Corp projeta que a produção de 2025/26 alcançará 10,5 MMT, um aumento de 5% em relação ao ano anterior. A Tailândia, o terceiro maior produtor e o segundo maior exportador do mundo, é significativamente importante para a dinâmica de oferta global.
O Problema do Excedente
Toda esta produção está a criar um enorme excesso. A Organização Internacional do Açúcar previu um excedente de 1,625 milhões de MT para 2025-26, uma reviravolta acentuada em relação a um défice de 2,916 milhões de MT em 2024-25. A ISO prevê que a produção global aumente +3,2% a/a para 181,8 MMT, enquanto o consumo sobe apenas 1,4% para 177,921 MMT.
Czarnikow, um grande comerciante de açúcar, está ainda mais pessimista—elevando sua estimativa de superávit global para 2025/26 para 8,7 MMT, um aumento de 1,2 MMT em relação à sua previsão de setembro de 7,5 MMT.
O Que Significa
O rally de hoje, embora chamativo, mascara uma configuração de baixa subjacente. A força do real brasileiro proporcionou um breve alívio através do fechamento de posições curtas—traders saindo de apostas baixistas—mas a realidade estrutural permanece: os abundantes suprimentos da Índia, Brasil e Tailândia estão pressionando os preços a longo prazo. A força do monção e a expansão da área cultivada sugerem pressão contínua na produção à frente.