1. Presidente da Fed, Powell, lança sinais hawkish e Bitcoin cai mais de 5%
O presidente da Reserva Federal dos EUA, Jerome Powell, afirmou esta terça-feira, num discurso no Brookings Institution, que o caminho para cortes de juros pode ser mais elevado do que o esperado. Destacou que os dados de inflação continuam elevados e que o mercado de trabalho permanece demasiado apertado, sendo necessário subir mais as taxas para atingir a meta de 2% de inflação. O tom hawkish de Powell aumentou as expectativas de subida de juros para o próximo ano, levando o Bitcoin a cair 5,4% e a quebrar o suporte dos 17.000 dólares.
O discurso de Powell suscitou especulações sobre a intensidade do aumento das taxas de juro em dezembro. Analistas consideram que a sua retórica foi firme e hawkish, sugerindo que a Fed poderá aumentar as taxas em 50 pontos base em dezembro. Isto penalizaria os ativos de risco, podendo o mercado cripto sofrer ainda mais pressão vendedora. Simultaneamente, o índice do dólar subiu, aumentando a pressão sobre o sentimento de aversão ao risco. Crescem as preocupações dos investidores sobre uma recessão global e prevê-se que a volatilidade do mercado cripto continue a aumentar nos próximos tempos.
2. Japão propõe taxa única de 20% sobre transações de criptomoedas
O governo japonês está a ajustar a política fiscal sobre os rendimentos das transações de criptomoedas, planeando aplicar uma taxa única de 20% independentemente do montante negociado, equiparando-as a ações, fundos de investimento e outros produtos financeiros. O objetivo é aliviar a carga fiscal dos investidores e dinamizar o mercado nacional.
Atualmente, os rendimentos de transações de criptomoedas no Japão são tributados de forma agregada, juntamente com salários e outros rendimentos, com uma taxa progressiva que pode chegar aos 55%. A nova política propõe uma tributação separada, deixando de agregar os rendimentos das criptomoedas aos restantes.
Analistas apontam que a medida poderá trazer nova vitalidade ao mercado cripto japonês. Uma taxa unificada de 20% atrairá mais investidores e aumentará a atividade transacional. Ao mesmo tempo, promoverá a inovação em produtos e serviços cripto, dando novo impulso ao setor. Contudo, há quem defenda que uma taxa demasiado baixa pode fomentar especulação, sendo necessário um enquadramento regulatório adequado.
3. SFC de Hong Kong aprova primeiro fundo ligado a stablecoins
A Comissão de Valores Mobiliários e Futuros de Hong Kong (SFC) aprovou o lançamento do primeiro fundo público ligado a stablecoins, o “Yingfu Stablecoin Fund”, proposto pela Yingfu Fund Management. É a primeira vez que Hong Kong aprova um fundo público com exposição a stablecoins.
O fundo investe principalmente em stablecoins emitidas por entidades reconhecidas por reguladores, mantendo-as sob custódia de entidades reguladas. O objetivo é minimizar a diferença entre o valor líquido por unidade do fundo e o dólar americano.
Segundo analistas, a aprovação deste fundo pela SFC marca a entrada formal das stablecoins no quadro regulatório de Hong Kong e favorece a cidade como centro de ativos virtuais. Reflete ainda o reconhecimento do potencial das stablecoins por parte dos reguladores. No futuro, é expectável que mais produtos ligados a stablecoins sejam lançados em Hong Kong, oferecendo aos investidores opções mais diversificadas.
4. Reguladores da UE apelam a reforço da regulação sobre criptomoedas
A Autoridade Bancária Europeia (EBA) e a Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e dos Mercados (ESMA) publicaram recentemente um relatório conjunto, apelando a uma maior regulação dos criptoativos na UE. O relatório indica que o rápido crescimento do mercado de criptoativos trouxe novos riscos que os quadros regulatórios atuais não conseguem gerir eficazmente.
O relatório recomenda que a UE estabeleça um quadro regulatório unificado para criptoativos, clarificando as competências dos reguladores e reforçando a cooperação transfronteiriça. Apela ainda ao reforço da regulação das stablecoins, para evitar impactos negativos no sistema financeiro tradicional.
Analistas consideram que a dispersão e falta de coordenação regulatória têm sido um entrave ao desenvolvimento do setor. Um quadro regulatório unificado na UE beneficiará o mercado europeu de criptoativos, aumentando a transparência e protegendo os investidores. Contudo, há quem alerte que o excesso de regulação pode limitar a inovação, sendo necessário um equilíbrio entre segurança e desenvolvimento.
5. Maior fundo de pensões dos EUA, CalPERS, investe em criptomoedas
O CalPERS, Fundo de Pensões dos Funcionários Públicos da Califórnia (CalPERS), revelou ter investido em criptomoedas e ativos digitais através de terceiros. É a primeira vez que o maior fundo de pensões público dos EUA admite publicamente investir em criptoativos.
O CalPERS afirma que investe indiretamente em criptomoedas via fundos parceiros, com o objetivo de diversificar o portefólio e captar retornos em setores emergentes. Não foram revelados valores nem tipos de ativos.
Analistas indicam que esta iniciativa mostra o crescente reconhecimento institucional dos criptoativos. Sendo um dos maiores fundos de pensões do mundo, a decisão do CalPERS pode abrir caminho à entrada de mais capitais institucionais no mercado cripto. Por outro lado, salienta a necessidade urgente de regulação para proteger os interesses dos investidores institucionais.
II. Notícias do Setor
1. Preço do Bitcoin cai temporariamente abaixo dos 88.000 USD, pânico no mercado
O preço do Bitcoin caiu temporariamente abaixo dos 88.000 dólares a 1 de dezembro, tocando um mínimo diário de 86.317 dólares. Analistas apontam que a queda foi motivada pelo sinal de subida de juros do governador do Banco do Japão, Kazuo Ueda, levando a quedas nas bolsas da Ásia-Pacífico. Simultaneamente, Trump afirmou já ter escolhido o futuro presidente da Fed, aumentando a incerteza sobre a política de juros.
A queda abrupta do Bitcoin gerou pânico entre investidores. Segundo o índice de Medo e Ganância das criptomoedas, o sentimento do mercado está em “medo extremo”. Os dados de volume mostram grande saída de capitais nas últimas 24 horas. Analistas acreditam que o momento de queda é forte no curto prazo, sendo importante observar se o suporte entre 88.600 e 89.000 dólares se mantém. Caso não recupere essa zona, o Bitcoin poderá cair ainda mais.
Por outro lado, alguns analistas mantêm-se otimistas quanto ao médio prazo do Bitcoin, acreditando que a desaceleração da inflação nos EUA e uma possível viragem dovish da Fed poderão criar oportunidades de recuperação. No entanto, é necessário aguardar maior clareza no ambiente macroeconómico. Em suma, o Bitcoin enfrenta pressão descendente no curto prazo, sendo recomendada cautela e acompanhamento atento dos fundamentos e da política.
2. Ethereum sofre forte queda, ecossistema DeFi impactado
O preço do Ethereum também registou forte queda a 1 de dezembro, tocando um mínimo diário perto dos 2.800 dólares. Em simultâneo, o ecossistema DeFi foi fortemente afetado, com os principais tokens DeFi a registarem quedas acentuadas.
Analistas apontam que a queda do Ethereum foi provocada pelo agravamento do ambiente macroeconómico: o Banco do Japão sinalizou subida de juros e a incerteza sobre a política da Fed aumentou a pressão vendedora sobre ativos de risco. Além disso, o protocolo DeFi Yearn foi alvo de um ataque hacker, com um roubo de cerca de 3 milhões de dólares, afetando ainda mais a confiança dos investidores.
A queda de preços levou a uma diminuição da atividade e do valor total bloqueado (TVL) no DeFi. Dados mostram que nas últimas 24 horas o TVL caiu cerca de 3%. Analistas referem que o DeFi depende fortemente da rede Ethereum, pelo que oscilações bruscas no ETH têm efeitos em cadeia no ecossistema.
Ainda assim, alguns analistas estão otimistas quanto ao futuro do DeFi, esperando que as melhorias na rede Ethereum criem um ambiente mais favorável para o setor. Políticas regulatórias mais claras também deverão atrair mais capital institucional.
3. Mercado de altcoins diverge, alguns tokens sobem contra a tendência
Ao contrário das principais criptomoedas, o mercado de altcoins registou movimentos divergentes a 1 de dezembro. Algumas das altcoins mais populares subiram contra a tendência, enquanto outras caíram acentuadamente.
Os dados mostram que os tokens MemeCore e SoSoValue subiram 7,15% e 8,43% respetivamente nas últimas 24 horas. Analistas atribuem estas subidas sobretudo à especulação, sem fundamentos sólidos.
Por outro lado, moedas orientadas para privacidade como Zcash registaram quedas acentuadas. Analistas alertam que o Zcash pode cair para a zona dos 200 dólares nas próximas semanas, devido ao aumento da pressão regulatória.
Em suma, a divergência no mercado de altcoins reflete a complexidade do sentimento dos investidores. Num contexto macroeconómico adverso, alguns procuram refúgio nos tokens meme tidos como “porto seguro”, enquanto outros se mostram cautelosos em relação às moedas de privacidade. Analistas sublinham que a elevada volatilidade das altcoins implica riscos elevados, sendo essencial uma tomada de decisão prudente.
III. Notícias de Projetos
1. Sui Network: Nova estrela Move, mainnet chama a atenção
A Sui Network é uma blockchain de primeira camada desenvolvida por engenheiros que participaram no projeto Diem. Utiliza a linguagem Move e um novo motor de execução, visando oferecer alta capacidade, baixa latência e grande composabilidade.
A 27 de abril, a mainnet da Sui foi lançada oficialmente. Após o lançamento, o ecossistema da Sui cresceu rapidamente, com vários projetos DeFi, NFT e GameFi a aderirem. Destaca-se o Clover, o primeiro DEX na Sui, que atraiu muitos utilizadores e liquidez. A Sui lançou ainda a SuiPlay, uma plataforma para jogos, oferecendo infraestrutura a desenvolvedores.
O surgimento da Sui trouxe nova vitalidade ao ecossistema Move, considerada a próxima geração de linguagens para smart contracts, com inovações como modelo de recursos. O lançamento da mainnet da Sui poderá impulsionar a adoção da Move e acelerar o desenvolvimento do ecossistema.
Analistas consideram que a mainnet da Sui marca a passagem do ecossistema Move à prática. No futuro, a Sui enfrentará desafios de construção do ecossistema e expansão de utilizadores. Mas, se conseguir explorar as vantagens da Move, poderá tornar-se um forte concorrente entre as plataformas de smart contracts de próxima geração.
2. Aptos: Nova estrela do metaverso, volume NFT dispara
A Aptos é uma blockchain de primeira camada baseada em Move, criada por ex-funcionários da Meta. Com desempenho excecional, é vista como infraestrutura para o metaverso e a era We.
Recentemente, o volume de negociação de NFTs na Aptos disparou. Em novembro, ultrapassou os 150 milhões de dólares, um crescimento superior a 400% face ao mês anterior. O projeto de NFT mais popular, Topaz, já ultrapassou os 100 milhões de dólares em vendas.
O boom dos NFTs na Aptos deve-se ao ótimo desempenho e baixas taxas. Comparando com o Ethereum, a Aptos oferece transações mais rápidas e baratas, proporcionando melhor experiência para negociação de NFTs. O ecossistema Aptos está em rápida expansão, com vários mercados NFT e projetos de jogos a surgir.
Analistas acreditam que a Aptos poderá tornar-se uma infraestrutura importante para NFTs e metaverso. No futuro, deverá continuar a melhorar o desempenho e promover mais aplicações, para se consolidar como referência nos dois setores.
3. Gensyn: AI+We, nova era da computação
A Gensyn é uma plataforma de computação distribuída baseada em We, que pretende combinar IA e blockchain para oferecer serviços de computação eficientes, seguros e com privacidade.
Recentemente, a Gensyn concluiu a primeira ronda de financiamento e lançou a testnet. Na testnet, os utilizadores podem obter recursos de computação ao fazer staking de tokens e distribuir tarefas de computação por nós globais. A Gensyn utiliza técnicas de computação privada, garantindo que os dados dos utilizadores não são expostos durante o processo.
A Gensyn poderá promover a descentralização e democratização da computação em IA. As plataformas tradicionais enfrentam problemas de privacidade de dados e concentração de poder computacional. A Gensyn, com blockchain e computação privada, oferece serviços seguros, eficientes e justos.
Analistas consideram que a Gensyn representa a tendência futura da fusão entre IA e We. No futuro, terá de expandir a rede de nós, otimizar algoritmos e oferecer mais aplicações para concretizar a democratização da computação em IA.
4. Hyperbolic: Nova estrela da computação distribuída, primeira aplicação lançada
A Hyperbolic é uma plataforma de computação distribuída baseada na Solana, com o objetivo de criar uma infraestrutura eficiente, segura e escalável com recurso a blockchain.
Recentemente, a Hyperbolic lançou a primeira aplicação, Hyperbolic Compute, para serviços de computação distribuída. Os utilizadores podem submeter tarefas, que são processadas por nós globais e com suporte para aceleração por GPU.
A Hyperbolic adota um modelo inovador de incentivos, recompensando os nós com tokens. Incorpora ainda ambientes de execução confiáveis para garantir privacidade e segurança.
Analistas afirmam que a Hyperbolic representa a tendência do futuro da computação em blockchain. Em comparação com a cloud tradicional, oferece maior desempenho, menor custo e melhor privacidade. No futuro, terá de continuar a otimizar e expandir as aplicações para se afirmar como infraestrutura de computação distribuída.
5. Schelling AI: Nova estrela AI+We, primeira aplicação lançada
A Schelling AI é uma empresa inovadora focada na fusão IA e We, usando blockchain para criar um ecossistema de IA descentralizado.
Recentemente, lançou a Schelling Compute, a primeira aplicação para serviços de computação AI distribuída. Utilizadores podem implantar modelos e conjuntos de dados, com tarefas executadas por nós globais e suporte a GPU.
A Schelling Compute usa um modelo inovador de incentivos, recompensando nós com tokens. Incorpora ainda técnicas de computação privada para garantir privacidade e segurança.
Analistas veem a Schelling AI como símbolo da fusão futura entre IA e We. Comparada às plataformas tradicionais, oferece melhor privacidade, maior segurança e escalabilidade. No futuro, terá de otimizar tecnologia e expandir aplicações para se consolidar como infraestrutura de computação para IA.
IV. Dinâmica Económica
1. Fed desacelera ritmo de subida de juros, pressão inflacionista persiste
A economia dos EUA enfrentou um ano desafiante em 2025. Apesar do crescimento relativamente forte do PIB na primeira metade do ano, a inflação manteve-se elevada, pressionando consumidores e empresas. Segundo os dados mais recentes, o índice de preços PCE (PCE) subiu 5,1% em novembro face ao ano anterior, acima do esperado, mostrando que a pressão inflacionista ainda não foi totalmente aliviada.
Na reunião de novembro do Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC), a Fed decidiu subir as taxas em 25 pontos base, elevando o intervalo dos Fed Funds para 4,75%-5%. Foi a oitava subida consecutiva, mas a um ritmo mais lento. O presidente Powell disse na conferência de imprensa que, apesar dos dados “dececionantes”, a atividade económica está a abrandar moderadamente e o mercado de trabalho começa a arrefecer, criando condições para baixar a inflação.
O mercado reagiu de forma neutra à decisão da Fed. Os investidores esperam que, à medida que a inflação abrande, o ciclo de subida de juros termine na primeira metade de 2026. No entanto, a inflação elevada e a política monetária restritiva poderão continuar a pressionar a economia.
A economista-chefe da Goldman Sachs, Jan Hatley, afirmou: “Apesar do abrandamento do ritmo de subida, a descida da inflação pode ser mais lenta e difícil do que o previsto. Pode demorar algum tempo até que as expectativas de empresas e consumidores se ajustem, prolongando o prazo para alcançar o objetivo dos 2%.”
2. Recuperação económica da China acelera, políticas de apoio reforçadas
Após um período de fraqueza em 2025, a economia chinesa começou a mostrar sinais de recuperação no final do ano. Os dados mais recentes mostram que o índice PMI (PMI) industrial atingiu 51,8 em novembro, o terceiro mês consecutivo acima da linha de expansão, refletindo uma recuperação sustentada da atividade industrial.
Para enfrentar as pressões descendentes, o governo chinês lançou várias medidas de apoio, incluindo cortes fiscais, maior investimento em infraestruturas e mais apoio financeiro à economia real. Na Conferência Central de Trabalho Económico de dezembro, a liderança destacou a necessidade de “aprofundar a reforma e abertura” e “manter a continuidade das políticas macroeconómicas” em 2026.
Os mercados acreditam que a recuperação económica da China poderá acelerar em 2026. O economista-chefe do CICC, He Xuzhao, afirmou: “Com o impacto da pandemia a abrandar, o consumo das famílias deverá continuar a melhorar e o investimento industrial a estabilizar e recuperar. O investimento em infraestruturas e as exportações deverão manter-se em níveis elevados com o apoio das políticas. Prevê-se que o PIB chinês cresça cerca de 6% em 2026.”
No entanto, alguns analistas alertam que as pressões descendentes ainda não desapareceram. O economista da Goldman Sachs Asia, Su Zhenhua, refere que a fraqueza do setor imobiliário, o elevado endividamento dos governos locais e o envelhecimento populacional continuarão a limitar o potencial de crescimento a médio e longo prazo.
3. BCE reforça aperto, risco de recessão aumenta
Com a inflação persistentemente elevada, o Banco Central Europeu (BCE) tomou medidas mais agressivas de aperto monetário em 2025. A 15 de dezembro, anunciou o aumento das três taxas de referência em 50 pontos base, o quinto aumento consecutivo e o maior desde 2011.
A presidente do BCE, Christine Lagarde, afirmou em conferência de imprensa que, apesar do impacto negativo sobre a economia, conter a inflação é a prioridade. Sublinhou que o BCE continuará a subir taxas até que a inflação regresse ao objetivo de 2%.
Os mercados reagiram de forma mista à decisão. Alguns analistas consideram que este super aumento do BCE agravará o risco de recessão na zona euro. O economista-chefe do Deutsche Bank para a zona euro, David Fox, disse: “Apesar da inflação elevada, esta postura agressiva pode provocar um hard landing económico.”
Por outro lado, outros analistas defendem que a decisão do BCE ajuda a conter as expectativas de inflação e prepara o terreno para uma eventual recuperação nos próximos anos, segundo George Saravos, economista da Goldman Sachs Europa.
V. Regulação & Política
1. Senado dos EUA aprova lei abrangente de regulação cripto
O Senado dos EUA aprovou recentemente uma lei abrangente para a regulação das criptomoedas, proposta pelas senadoras Lummis e Gillibrand, com o objetivo de criar um quadro regulatório para o setor.
Os principais pontos incluem: incluir as criptomoedas sob a supervisão da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC), atribuindo-lhe poderes sobre o mercado spot; exigir licença federal para exchanges e emissores de stablecoins; impor requisitos de divulgação de uso energético à mineração de cripto, entre outros. Define ainda o regime fiscal e traz orientações para proteção ao consumidor e combate ao branqueamento de capitais.
A lei pretende criar normas unificadas, aumentar a transparência e proteger os investidores, além de oferecer um caminho claro de compliance às empresas do setor.
O setor acolheu a lei positivamente. O CEO da Coinbase, Brian Armstrong, considerou-a um marco importante que trará a clareza regulatória de que a indústria precisa. No entanto, alguns especialistas alertam que poderá aumentar os custos de compliance e limitar a inovação.
( 2. FCA do Reino Unido divulga projeto de quadro regulatório para criptoativos
A Autoridade de Conduta Financeira do Reino Unido )FCA### publicou recentemente um projeto de consulta para o quadro regulatório dos criptoativos, visando criar regras adequadas para o setor.
Entre as propostas estão: exigir que emissores e prestadores de serviços de cripto sejam supervisionados pela FCA; criar padrões operacionais para exchanges e custodians; reforçar as exigências de compliance anti-branqueamento e anti-financiamento do terrorismo; e oferecer proteção adequada aos investidores.
A FCA afirma que o rápido desenvolvimento do setor criou novos riscos e desafios, sendo necessário um quadro adequado para promover um mercado ordenado e proteger consumidores e a estabilidade financeira.
O setor saudou a iniciativa. O responsável da Coinbase UK afirmou que uma regulação razoável favorece o desenvolvimento a longo prazo do setor. Ainda assim, há preocupação de que excesso de regulação possa travar a inovação.
Segundo colunistas do Financial Times, a abordagem do Reino Unido poderá influenciar o resto da Europa, sendo o resultado deste projeto relevante para todo o setor cripto europeu.
( 3. MAS de Singapura publica orientações para serviços de pagamento com tokens digitais
A Autoridade Monetária de Singapura )MAS### publicou recentemente orientações regulatórias para prestadores de serviços de pagamento com tokens digitais.
Segundo as orientações, todas as empresas que ofereçam serviços de pagamento com tokens digitais devem obter licença da MAS e cumprir requisitos de combate ao branqueamento e financiamento ao terrorismo. São também definidas exigências relativas à gestão de riscos, sistemas tecnológicos e proteção de ativos dos clientes.
A MAS refere que os serviços de pagamento com tokens digitais estão a crescer rapidamente, trazendo novas oportunidades e riscos. As orientações visam promover o desenvolvimento ordenado do setor, proteger os consumidores e prevenir riscos de branqueamento e financiamento ao terrorismo.
As empresas cripto de Singapura acolheram as orientações. O CEO da Crypto.com, Kris Marszalek, afirmou que uma regulação clara impulsionará o setor e aumentará a confiança do público.
No entanto, alguns no setor temem que uma regulação excessivamente rigorosa prejudique a inovação e a competitividade de Singapura como hub global.
Especialistas consideram que o rumo regulatório de Singapura influenciará toda a Ásia do Sudeste, tornando estas orientações de grande importância regional.
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12.9 Diário de IA: Mercado de criptomoedas volátil, regulamentação global continua a apertar
I. Manchetes
1. Presidente da Fed, Powell, lança sinais hawkish e Bitcoin cai mais de 5%
O presidente da Reserva Federal dos EUA, Jerome Powell, afirmou esta terça-feira, num discurso no Brookings Institution, que o caminho para cortes de juros pode ser mais elevado do que o esperado. Destacou que os dados de inflação continuam elevados e que o mercado de trabalho permanece demasiado apertado, sendo necessário subir mais as taxas para atingir a meta de 2% de inflação. O tom hawkish de Powell aumentou as expectativas de subida de juros para o próximo ano, levando o Bitcoin a cair 5,4% e a quebrar o suporte dos 17.000 dólares.
O discurso de Powell suscitou especulações sobre a intensidade do aumento das taxas de juro em dezembro. Analistas consideram que a sua retórica foi firme e hawkish, sugerindo que a Fed poderá aumentar as taxas em 50 pontos base em dezembro. Isto penalizaria os ativos de risco, podendo o mercado cripto sofrer ainda mais pressão vendedora. Simultaneamente, o índice do dólar subiu, aumentando a pressão sobre o sentimento de aversão ao risco. Crescem as preocupações dos investidores sobre uma recessão global e prevê-se que a volatilidade do mercado cripto continue a aumentar nos próximos tempos.
2. Japão propõe taxa única de 20% sobre transações de criptomoedas
O governo japonês está a ajustar a política fiscal sobre os rendimentos das transações de criptomoedas, planeando aplicar uma taxa única de 20% independentemente do montante negociado, equiparando-as a ações, fundos de investimento e outros produtos financeiros. O objetivo é aliviar a carga fiscal dos investidores e dinamizar o mercado nacional.
Atualmente, os rendimentos de transações de criptomoedas no Japão são tributados de forma agregada, juntamente com salários e outros rendimentos, com uma taxa progressiva que pode chegar aos 55%. A nova política propõe uma tributação separada, deixando de agregar os rendimentos das criptomoedas aos restantes.
Analistas apontam que a medida poderá trazer nova vitalidade ao mercado cripto japonês. Uma taxa unificada de 20% atrairá mais investidores e aumentará a atividade transacional. Ao mesmo tempo, promoverá a inovação em produtos e serviços cripto, dando novo impulso ao setor. Contudo, há quem defenda que uma taxa demasiado baixa pode fomentar especulação, sendo necessário um enquadramento regulatório adequado.
3. SFC de Hong Kong aprova primeiro fundo ligado a stablecoins
A Comissão de Valores Mobiliários e Futuros de Hong Kong (SFC) aprovou o lançamento do primeiro fundo público ligado a stablecoins, o “Yingfu Stablecoin Fund”, proposto pela Yingfu Fund Management. É a primeira vez que Hong Kong aprova um fundo público com exposição a stablecoins.
O fundo investe principalmente em stablecoins emitidas por entidades reconhecidas por reguladores, mantendo-as sob custódia de entidades reguladas. O objetivo é minimizar a diferença entre o valor líquido por unidade do fundo e o dólar americano.
Segundo analistas, a aprovação deste fundo pela SFC marca a entrada formal das stablecoins no quadro regulatório de Hong Kong e favorece a cidade como centro de ativos virtuais. Reflete ainda o reconhecimento do potencial das stablecoins por parte dos reguladores. No futuro, é expectável que mais produtos ligados a stablecoins sejam lançados em Hong Kong, oferecendo aos investidores opções mais diversificadas.
4. Reguladores da UE apelam a reforço da regulação sobre criptomoedas
A Autoridade Bancária Europeia (EBA) e a Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e dos Mercados (ESMA) publicaram recentemente um relatório conjunto, apelando a uma maior regulação dos criptoativos na UE. O relatório indica que o rápido crescimento do mercado de criptoativos trouxe novos riscos que os quadros regulatórios atuais não conseguem gerir eficazmente.
O relatório recomenda que a UE estabeleça um quadro regulatório unificado para criptoativos, clarificando as competências dos reguladores e reforçando a cooperação transfronteiriça. Apela ainda ao reforço da regulação das stablecoins, para evitar impactos negativos no sistema financeiro tradicional.
Analistas consideram que a dispersão e falta de coordenação regulatória têm sido um entrave ao desenvolvimento do setor. Um quadro regulatório unificado na UE beneficiará o mercado europeu de criptoativos, aumentando a transparência e protegendo os investidores. Contudo, há quem alerte que o excesso de regulação pode limitar a inovação, sendo necessário um equilíbrio entre segurança e desenvolvimento.
5. Maior fundo de pensões dos EUA, CalPERS, investe em criptomoedas
O CalPERS, Fundo de Pensões dos Funcionários Públicos da Califórnia (CalPERS), revelou ter investido em criptomoedas e ativos digitais através de terceiros. É a primeira vez que o maior fundo de pensões público dos EUA admite publicamente investir em criptoativos.
O CalPERS afirma que investe indiretamente em criptomoedas via fundos parceiros, com o objetivo de diversificar o portefólio e captar retornos em setores emergentes. Não foram revelados valores nem tipos de ativos.
Analistas indicam que esta iniciativa mostra o crescente reconhecimento institucional dos criptoativos. Sendo um dos maiores fundos de pensões do mundo, a decisão do CalPERS pode abrir caminho à entrada de mais capitais institucionais no mercado cripto. Por outro lado, salienta a necessidade urgente de regulação para proteger os interesses dos investidores institucionais.
II. Notícias do Setor
1. Preço do Bitcoin cai temporariamente abaixo dos 88.000 USD, pânico no mercado
O preço do Bitcoin caiu temporariamente abaixo dos 88.000 dólares a 1 de dezembro, tocando um mínimo diário de 86.317 dólares. Analistas apontam que a queda foi motivada pelo sinal de subida de juros do governador do Banco do Japão, Kazuo Ueda, levando a quedas nas bolsas da Ásia-Pacífico. Simultaneamente, Trump afirmou já ter escolhido o futuro presidente da Fed, aumentando a incerteza sobre a política de juros.
A queda abrupta do Bitcoin gerou pânico entre investidores. Segundo o índice de Medo e Ganância das criptomoedas, o sentimento do mercado está em “medo extremo”. Os dados de volume mostram grande saída de capitais nas últimas 24 horas. Analistas acreditam que o momento de queda é forte no curto prazo, sendo importante observar se o suporte entre 88.600 e 89.000 dólares se mantém. Caso não recupere essa zona, o Bitcoin poderá cair ainda mais.
Por outro lado, alguns analistas mantêm-se otimistas quanto ao médio prazo do Bitcoin, acreditando que a desaceleração da inflação nos EUA e uma possível viragem dovish da Fed poderão criar oportunidades de recuperação. No entanto, é necessário aguardar maior clareza no ambiente macroeconómico. Em suma, o Bitcoin enfrenta pressão descendente no curto prazo, sendo recomendada cautela e acompanhamento atento dos fundamentos e da política.
2. Ethereum sofre forte queda, ecossistema DeFi impactado
O preço do Ethereum também registou forte queda a 1 de dezembro, tocando um mínimo diário perto dos 2.800 dólares. Em simultâneo, o ecossistema DeFi foi fortemente afetado, com os principais tokens DeFi a registarem quedas acentuadas.
Analistas apontam que a queda do Ethereum foi provocada pelo agravamento do ambiente macroeconómico: o Banco do Japão sinalizou subida de juros e a incerteza sobre a política da Fed aumentou a pressão vendedora sobre ativos de risco. Além disso, o protocolo DeFi Yearn foi alvo de um ataque hacker, com um roubo de cerca de 3 milhões de dólares, afetando ainda mais a confiança dos investidores.
A queda de preços levou a uma diminuição da atividade e do valor total bloqueado (TVL) no DeFi. Dados mostram que nas últimas 24 horas o TVL caiu cerca de 3%. Analistas referem que o DeFi depende fortemente da rede Ethereum, pelo que oscilações bruscas no ETH têm efeitos em cadeia no ecossistema.
Ainda assim, alguns analistas estão otimistas quanto ao futuro do DeFi, esperando que as melhorias na rede Ethereum criem um ambiente mais favorável para o setor. Políticas regulatórias mais claras também deverão atrair mais capital institucional.
3. Mercado de altcoins diverge, alguns tokens sobem contra a tendência
Ao contrário das principais criptomoedas, o mercado de altcoins registou movimentos divergentes a 1 de dezembro. Algumas das altcoins mais populares subiram contra a tendência, enquanto outras caíram acentuadamente.
Os dados mostram que os tokens MemeCore e SoSoValue subiram 7,15% e 8,43% respetivamente nas últimas 24 horas. Analistas atribuem estas subidas sobretudo à especulação, sem fundamentos sólidos.
Por outro lado, moedas orientadas para privacidade como Zcash registaram quedas acentuadas. Analistas alertam que o Zcash pode cair para a zona dos 200 dólares nas próximas semanas, devido ao aumento da pressão regulatória.
Em suma, a divergência no mercado de altcoins reflete a complexidade do sentimento dos investidores. Num contexto macroeconómico adverso, alguns procuram refúgio nos tokens meme tidos como “porto seguro”, enquanto outros se mostram cautelosos em relação às moedas de privacidade. Analistas sublinham que a elevada volatilidade das altcoins implica riscos elevados, sendo essencial uma tomada de decisão prudente.
III. Notícias de Projetos
1. Sui Network: Nova estrela Move, mainnet chama a atenção
A Sui Network é uma blockchain de primeira camada desenvolvida por engenheiros que participaram no projeto Diem. Utiliza a linguagem Move e um novo motor de execução, visando oferecer alta capacidade, baixa latência e grande composabilidade.
A 27 de abril, a mainnet da Sui foi lançada oficialmente. Após o lançamento, o ecossistema da Sui cresceu rapidamente, com vários projetos DeFi, NFT e GameFi a aderirem. Destaca-se o Clover, o primeiro DEX na Sui, que atraiu muitos utilizadores e liquidez. A Sui lançou ainda a SuiPlay, uma plataforma para jogos, oferecendo infraestrutura a desenvolvedores.
O surgimento da Sui trouxe nova vitalidade ao ecossistema Move, considerada a próxima geração de linguagens para smart contracts, com inovações como modelo de recursos. O lançamento da mainnet da Sui poderá impulsionar a adoção da Move e acelerar o desenvolvimento do ecossistema.
Analistas consideram que a mainnet da Sui marca a passagem do ecossistema Move à prática. No futuro, a Sui enfrentará desafios de construção do ecossistema e expansão de utilizadores. Mas, se conseguir explorar as vantagens da Move, poderá tornar-se um forte concorrente entre as plataformas de smart contracts de próxima geração.
2. Aptos: Nova estrela do metaverso, volume NFT dispara
A Aptos é uma blockchain de primeira camada baseada em Move, criada por ex-funcionários da Meta. Com desempenho excecional, é vista como infraestrutura para o metaverso e a era We.
Recentemente, o volume de negociação de NFTs na Aptos disparou. Em novembro, ultrapassou os 150 milhões de dólares, um crescimento superior a 400% face ao mês anterior. O projeto de NFT mais popular, Topaz, já ultrapassou os 100 milhões de dólares em vendas.
O boom dos NFTs na Aptos deve-se ao ótimo desempenho e baixas taxas. Comparando com o Ethereum, a Aptos oferece transações mais rápidas e baratas, proporcionando melhor experiência para negociação de NFTs. O ecossistema Aptos está em rápida expansão, com vários mercados NFT e projetos de jogos a surgir.
Analistas acreditam que a Aptos poderá tornar-se uma infraestrutura importante para NFTs e metaverso. No futuro, deverá continuar a melhorar o desempenho e promover mais aplicações, para se consolidar como referência nos dois setores.
3. Gensyn: AI+We, nova era da computação
A Gensyn é uma plataforma de computação distribuída baseada em We, que pretende combinar IA e blockchain para oferecer serviços de computação eficientes, seguros e com privacidade.
Recentemente, a Gensyn concluiu a primeira ronda de financiamento e lançou a testnet. Na testnet, os utilizadores podem obter recursos de computação ao fazer staking de tokens e distribuir tarefas de computação por nós globais. A Gensyn utiliza técnicas de computação privada, garantindo que os dados dos utilizadores não são expostos durante o processo.
A Gensyn poderá promover a descentralização e democratização da computação em IA. As plataformas tradicionais enfrentam problemas de privacidade de dados e concentração de poder computacional. A Gensyn, com blockchain e computação privada, oferece serviços seguros, eficientes e justos.
Analistas consideram que a Gensyn representa a tendência futura da fusão entre IA e We. No futuro, terá de expandir a rede de nós, otimizar algoritmos e oferecer mais aplicações para concretizar a democratização da computação em IA.
4. Hyperbolic: Nova estrela da computação distribuída, primeira aplicação lançada
A Hyperbolic é uma plataforma de computação distribuída baseada na Solana, com o objetivo de criar uma infraestrutura eficiente, segura e escalável com recurso a blockchain.
Recentemente, a Hyperbolic lançou a primeira aplicação, Hyperbolic Compute, para serviços de computação distribuída. Os utilizadores podem submeter tarefas, que são processadas por nós globais e com suporte para aceleração por GPU.
A Hyperbolic adota um modelo inovador de incentivos, recompensando os nós com tokens. Incorpora ainda ambientes de execução confiáveis para garantir privacidade e segurança.
Analistas afirmam que a Hyperbolic representa a tendência do futuro da computação em blockchain. Em comparação com a cloud tradicional, oferece maior desempenho, menor custo e melhor privacidade. No futuro, terá de continuar a otimizar e expandir as aplicações para se afirmar como infraestrutura de computação distribuída.
5. Schelling AI: Nova estrela AI+We, primeira aplicação lançada
A Schelling AI é uma empresa inovadora focada na fusão IA e We, usando blockchain para criar um ecossistema de IA descentralizado.
Recentemente, lançou a Schelling Compute, a primeira aplicação para serviços de computação AI distribuída. Utilizadores podem implantar modelos e conjuntos de dados, com tarefas executadas por nós globais e suporte a GPU.
A Schelling Compute usa um modelo inovador de incentivos, recompensando nós com tokens. Incorpora ainda técnicas de computação privada para garantir privacidade e segurança.
Analistas veem a Schelling AI como símbolo da fusão futura entre IA e We. Comparada às plataformas tradicionais, oferece melhor privacidade, maior segurança e escalabilidade. No futuro, terá de otimizar tecnologia e expandir aplicações para se consolidar como infraestrutura de computação para IA.
IV. Dinâmica Económica
1. Fed desacelera ritmo de subida de juros, pressão inflacionista persiste
A economia dos EUA enfrentou um ano desafiante em 2025. Apesar do crescimento relativamente forte do PIB na primeira metade do ano, a inflação manteve-se elevada, pressionando consumidores e empresas. Segundo os dados mais recentes, o índice de preços PCE (PCE) subiu 5,1% em novembro face ao ano anterior, acima do esperado, mostrando que a pressão inflacionista ainda não foi totalmente aliviada.
Na reunião de novembro do Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC), a Fed decidiu subir as taxas em 25 pontos base, elevando o intervalo dos Fed Funds para 4,75%-5%. Foi a oitava subida consecutiva, mas a um ritmo mais lento. O presidente Powell disse na conferência de imprensa que, apesar dos dados “dececionantes”, a atividade económica está a abrandar moderadamente e o mercado de trabalho começa a arrefecer, criando condições para baixar a inflação.
O mercado reagiu de forma neutra à decisão da Fed. Os investidores esperam que, à medida que a inflação abrande, o ciclo de subida de juros termine na primeira metade de 2026. No entanto, a inflação elevada e a política monetária restritiva poderão continuar a pressionar a economia.
A economista-chefe da Goldman Sachs, Jan Hatley, afirmou: “Apesar do abrandamento do ritmo de subida, a descida da inflação pode ser mais lenta e difícil do que o previsto. Pode demorar algum tempo até que as expectativas de empresas e consumidores se ajustem, prolongando o prazo para alcançar o objetivo dos 2%.”
2. Recuperação económica da China acelera, políticas de apoio reforçadas
Após um período de fraqueza em 2025, a economia chinesa começou a mostrar sinais de recuperação no final do ano. Os dados mais recentes mostram que o índice PMI (PMI) industrial atingiu 51,8 em novembro, o terceiro mês consecutivo acima da linha de expansão, refletindo uma recuperação sustentada da atividade industrial.
Para enfrentar as pressões descendentes, o governo chinês lançou várias medidas de apoio, incluindo cortes fiscais, maior investimento em infraestruturas e mais apoio financeiro à economia real. Na Conferência Central de Trabalho Económico de dezembro, a liderança destacou a necessidade de “aprofundar a reforma e abertura” e “manter a continuidade das políticas macroeconómicas” em 2026.
Os mercados acreditam que a recuperação económica da China poderá acelerar em 2026. O economista-chefe do CICC, He Xuzhao, afirmou: “Com o impacto da pandemia a abrandar, o consumo das famílias deverá continuar a melhorar e o investimento industrial a estabilizar e recuperar. O investimento em infraestruturas e as exportações deverão manter-se em níveis elevados com o apoio das políticas. Prevê-se que o PIB chinês cresça cerca de 6% em 2026.”
No entanto, alguns analistas alertam que as pressões descendentes ainda não desapareceram. O economista da Goldman Sachs Asia, Su Zhenhua, refere que a fraqueza do setor imobiliário, o elevado endividamento dos governos locais e o envelhecimento populacional continuarão a limitar o potencial de crescimento a médio e longo prazo.
3. BCE reforça aperto, risco de recessão aumenta
Com a inflação persistentemente elevada, o Banco Central Europeu (BCE) tomou medidas mais agressivas de aperto monetário em 2025. A 15 de dezembro, anunciou o aumento das três taxas de referência em 50 pontos base, o quinto aumento consecutivo e o maior desde 2011.
A presidente do BCE, Christine Lagarde, afirmou em conferência de imprensa que, apesar do impacto negativo sobre a economia, conter a inflação é a prioridade. Sublinhou que o BCE continuará a subir taxas até que a inflação regresse ao objetivo de 2%.
Os mercados reagiram de forma mista à decisão. Alguns analistas consideram que este super aumento do BCE agravará o risco de recessão na zona euro. O economista-chefe do Deutsche Bank para a zona euro, David Fox, disse: “Apesar da inflação elevada, esta postura agressiva pode provocar um hard landing económico.”
Por outro lado, outros analistas defendem que a decisão do BCE ajuda a conter as expectativas de inflação e prepara o terreno para uma eventual recuperação nos próximos anos, segundo George Saravos, economista da Goldman Sachs Europa.
V. Regulação & Política
1. Senado dos EUA aprova lei abrangente de regulação cripto
O Senado dos EUA aprovou recentemente uma lei abrangente para a regulação das criptomoedas, proposta pelas senadoras Lummis e Gillibrand, com o objetivo de criar um quadro regulatório para o setor.
Os principais pontos incluem: incluir as criptomoedas sob a supervisão da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC), atribuindo-lhe poderes sobre o mercado spot; exigir licença federal para exchanges e emissores de stablecoins; impor requisitos de divulgação de uso energético à mineração de cripto, entre outros. Define ainda o regime fiscal e traz orientações para proteção ao consumidor e combate ao branqueamento de capitais.
A lei pretende criar normas unificadas, aumentar a transparência e proteger os investidores, além de oferecer um caminho claro de compliance às empresas do setor.
O setor acolheu a lei positivamente. O CEO da Coinbase, Brian Armstrong, considerou-a um marco importante que trará a clareza regulatória de que a indústria precisa. No entanto, alguns especialistas alertam que poderá aumentar os custos de compliance e limitar a inovação.
( 2. FCA do Reino Unido divulga projeto de quadro regulatório para criptoativos
A Autoridade de Conduta Financeira do Reino Unido )FCA### publicou recentemente um projeto de consulta para o quadro regulatório dos criptoativos, visando criar regras adequadas para o setor.
Entre as propostas estão: exigir que emissores e prestadores de serviços de cripto sejam supervisionados pela FCA; criar padrões operacionais para exchanges e custodians; reforçar as exigências de compliance anti-branqueamento e anti-financiamento do terrorismo; e oferecer proteção adequada aos investidores.
A FCA afirma que o rápido desenvolvimento do setor criou novos riscos e desafios, sendo necessário um quadro adequado para promover um mercado ordenado e proteger consumidores e a estabilidade financeira.
O setor saudou a iniciativa. O responsável da Coinbase UK afirmou que uma regulação razoável favorece o desenvolvimento a longo prazo do setor. Ainda assim, há preocupação de que excesso de regulação possa travar a inovação.
Segundo colunistas do Financial Times, a abordagem do Reino Unido poderá influenciar o resto da Europa, sendo o resultado deste projeto relevante para todo o setor cripto europeu.
( 3. MAS de Singapura publica orientações para serviços de pagamento com tokens digitais
A Autoridade Monetária de Singapura )MAS### publicou recentemente orientações regulatórias para prestadores de serviços de pagamento com tokens digitais.
Segundo as orientações, todas as empresas que ofereçam serviços de pagamento com tokens digitais devem obter licença da MAS e cumprir requisitos de combate ao branqueamento e financiamento ao terrorismo. São também definidas exigências relativas à gestão de riscos, sistemas tecnológicos e proteção de ativos dos clientes.
A MAS refere que os serviços de pagamento com tokens digitais estão a crescer rapidamente, trazendo novas oportunidades e riscos. As orientações visam promover o desenvolvimento ordenado do setor, proteger os consumidores e prevenir riscos de branqueamento e financiamento ao terrorismo.
As empresas cripto de Singapura acolheram as orientações. O CEO da Crypto.com, Kris Marszalek, afirmou que uma regulação clara impulsionará o setor e aumentará a confiança do público.
No entanto, alguns no setor temem que uma regulação excessivamente rigorosa prejudique a inovação e a competitividade de Singapura como hub global.
Especialistas consideram que o rumo regulatório de Singapura influenciará toda a Ásia do Sudeste, tornando estas orientações de grande importância regional.