A primeira vez que votei numa proposta DAO no Snapshot, para ser sincero, senti-me um bocado inseguro. No momento em que cliquei no botão "Aprovar", apercebi-me de repente — isto não é como votar numa sondagem trivial no Weibo, estou a influenciar um sistema económico real em funcionamento.

Tive os tokens durante mais de dois anos e, no início, não ligava muito. Em 2021 houve uma proposta a perguntar se devíamos investir num novo projeto de jogos em blockchain. Nem prestei muita atenção e votei logo a favor. Nessa mesma noite, ao ver o fórum, deparei-me com um jogador das Filipinas que escreveu milhares de palavras a analisar — se o jogo corresse mal, havia centenas de pessoas na sua comunidade local que dependiam disso para comer e podiam ficar sem sustento. Fiquei gelado, quase prejudiquei outros por causa de um voto irrefletido.

A partir daí tornei-me mais cauteloso. Praticamente não falho as reuniões de voz da comunidade às quartas-feiras à noite, embora o meu inglês seja tão fraco que preciso de recorrer ao tradutor. Quando surge uma proposta, não voto logo; primeiro vou ver o que dizem os jogadores do Sudeste Asiático, até aprendi um pouco de análise de dados on-chain. O que mais me aquece o coração é que, sempre que faço perguntas no Discord, há sempre pessoas de vários países dispostas a gastar tempo a explicar-me tudo com clareza.

No ano passado houve uma votação sobre a distribuição de lucros que me marcou especialmente. Havia duas opções: ou a guilda ficava com mais dinheiro para reforçar a capacidade de resistir a riscos, ou mantinha-se tudo como está para garantir os rendimentos dos jogadores. Não votei logo; passei três dias a pesquisar o custo de vida e os preços em vários países, e acabei por escolher a opção de proteger os rendimentos dos jogadores. Após a divulgação dos resultados, um amigo indonésio enviou-me uma mensagem: "Mano, obrigado, percebeste-nos."

O voto foi só o começo. Este ano comecei a pensar em formas de participar ainda mais ativamente.