Recentemente, a pequena primavera no mercado ainda não esquentou, e os dados de emprego divulgados nos EUA de repente deram a todos um baque profundo. Desta vez, não é apenas um jogo de números comum — o plano de redução de taxas do Federal Reserve provavelmente mudará de rumo, e as criptomoedas provavelmente sofrerão junto.

Vamos direto ao ponto: o mercado de trabalho nos EUA já virou do "funcionários escolhem os empregadores" para uma situação dominada pelos compradores, ou seja, "empregadores escolhem os funcionários". Essa mudança tem um impacto muito mais profundo no mercado de criptomoedas do que uma simples correção de preço.

Olhemos para o indicador mais importante — a taxa de desligamento em outubro (Quits Rate), que caiu ao menor nível desde maio de 2020, com 187 mil pessoas a mais deixando seus empregos de forma voluntária. Não subestime essa mudança. Nos últimos anos, a taxa de desligamento sempre foi um termômetro do calor do mercado de trabalho: quem pede demissão voluntariamente tem uma oferta melhor ou acredita que pode se recolocar rapidamente. Agora, esse ímpeto desapareceu, indicando que as pessoas estão começando a "valorizar a vida" e a manter seus empregos, com uma confiança menor em trocar de emprego.

Outro dado mais doloroso: a relação entre vagas de emprego disponíveis e o número de desempregados em outubro ficou apenas um pouco acima de 1. Em termos simples, um desempregado corresponde a quase uma vaga, o que mostra uma competição acirrada. Nesse ambiente de mercado, a urgência do Federal Reserve em reduzir as taxas diminui bastante — se o mercado de trabalho não colapsou, por que apressar a liquidez?

Para o universo das criptomoedas, isso significa que a expectativa de liquidez vai esfriar. Assim que o Fed adiar o ritmo de afrouxamento, os custos de capital permanecerão altos, e o apelo dos ativos de risco (incluindo as moedas digitais) continuará sendo reprimido. Não olhe só para as oscilações do gráfico de velas — o que deve realmente alertar é a mudança na narrativa macroeconômica. Se a carteira de fim de ano vai encher ou não, depende de como esses dados evoluirão nos próximos dias.