A reunião dessa madrugada confirmou-se que a redução foi de 25 pontos base.

Mas o resultado desta votação revelou um sabor pouco comum — uma divisão de 9:3, algo pouco frequente na história do Federal Reserve. É importante lembrar que, nas decisões anteriores do FOMC, elas costumavam passar por unanimidade ou, no máximo, com um voto contra.

A história por trás desses três votos contrários é bastante sutil:

O voto de Jeffrey Schmid contra era esperado, pois é um hawk tradicional, e a inflação ainda não voltou abaixo de 2%, ele obviamente não estava satisfeito.

Curiosamente, Ostane Goolsbee — um dovish tradicional — também votou contra. Como ex-funcionário da administração Obama, sua mudança de posição é interessante e difícil de acreditar que não tenha outras considerações por trás.

Já Stephen Milan, que é do círculo de Trump, foi mais direto na sua objeção: achou que a redução foi pequena demais.

Vamos dar uma olhada no gráfico de pontos:
De acordo com a mediana, a taxa prevista para 2026 deve oscilar em torno de 3,4%, o que significa que provavelmente haverá apenas uma redução de juros ao longo do ano. A fadiga de Powell na coletiva já é bastante evidente.

Por outro lado, o cenário pode mudar após maio do próximo ano. Antes de a nova presidência assumir, nos meses de fevereiro e março, é bem provável que as expectativas do mercado mudem antecipadamente, e aí as regras do jogo podem ser diferentes.