Recentemente encontrei um relatório de estratégia de segurança nacional dos EUA e descobri uma coisa bastante interessante: aquelas «estratégias de retração» que estavam apenas no papel estão agora realmente sendo implementadas passo a passo.
Só que a execução está a acontecer um pouco às tontas — os aliados mais fiéis da Europa, Israel, Japão, agora são justamente aqueles que mais querem segurar os EUA. Todos eles estão a fazer o mesmo cálculo: tu, EUA, não podes simplesmente desistir assim, essa ordem de segurança tem que continuar a ser sustentada.
O mais surreal é que, exatamente aqueles com quem os EUA podem colaborar parcialmente, são os próprios China e Rússia, que antes estavam a ser cercados com força total. A imagem é forte: os aliados estão a puxar com força para não irem embora, enquanto os EUA precisam de cooperação com os antigos adversários para conseguir sair dessa situação.
**Essa retração é mesmo verdadeira ou é só fumaça?**
Muita gente teme que seja uma cortina de fumaça — que os EUA estão a fingir que se retraem, enquanto na verdade estão a preparar uma contra-ofensiva. Mas eu acho que essa preocupação é um pouco desnecessária.
A razão é simples: a inerência histórica de ajustes estratégicos de grandes potências é demasiado forte, e é difícil fazer mudanças de direção de um momento para o outro. Vejamos, desde 2013 com a política de «rebalanço para o Ásia-Pacífico» até agora, passaram 12 anos em que tanto Democratas como Republicanos subiram ao poder alternadamente, mas a continuidade na estratégia em relação à China nunca foi quebrada. Uma mudança dessa magnitude, uma vez iniciada, é muito difícil de reverter — porque os custos de reverter são demasiado altos.
**Basta acompanhar o movimento do Exército dos EUA**
Como saber se os EUA estão realmente a retraír-se? Basta observar a direção do Exército. Quando há expansão, o Exército é quem primeiro se move; na retração, também é o primeiro a recuar.
Vamos fazer uma linha do tempo: - Agosto de 2021, os EUA deixam o Afeganistão (este é o início da retração) - Março de 2022, aumento das taxas de juro pelo Fed + o conflito Rússia-Ucrânia explode - Dezembro de 2024, queda do governo Assad - Agosto de 2025, saída principal das tropas dos EUA na Síria - Planos para 2026: retirada total do Iraque + redução dos efetivos em Okinawa (antecipando o plano original de 2028) + diminuição das tropas na Europa
Na altura, a presença militar no Afeganistão foi uma jogada pesada — para cortar a rota China-Paquistão e isolar a influência terrestre, os EUA investiram recursos enormes. Agora que saíram, querer voltar? Praticamente impossível. Ou oferecem vantagens ou entram em conflito — ambas as opções estão fora de questão neste momento.
Locais como Europa e Japão ainda se podem negociar, mas lugares como Afeganistão, Síria, Iraque, uma vez que os EUA saem, saíram mesmo.
**O teste final: o que fazer ao dólar?**
Depois de a força militar dos EUA se retraír, é a vez do capital industrial fazer uma grande retirada. Mas, após esses dois passos, surge uma questão ainda mais difícil:
Quando os EUA se tornarem uma potência regional, como deverá o dólar, a moeda global, atuar?
Essa é a verdadeira luta final.
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LootboxPhobia
· 12-11 15:56
A retirada do Afeganistão realmente não dá para voltar atrás, o custo está lá, desta vez é sério
A ordem de retirada das forças americanas é a prova mais concreta, não pense demais
Os aliados querem proteção do papai americano e também querem que os EUA saiam, esse cálculo é realmente mágico
China e Rússia acabam se tornando parceiros de cooperação? Essa inversão é assustadora ao pensar bem
O dólar é mesmo a chave final, tudo o mais são fumaças
Uma vez acionada a inércia histórica, não há como parar, essa lógica não tem falhas
Reduzir as tropas de Okinawa pela metade, o Japão deve ficar desmaiado no banheiro de tanta emoção
Ao invés de adivinhar as fumaças, é melhor observar os movimentos do exército, essa perspectiva é muito sólida
Potência regional? Os EUA realmente querem cair assim?
Sair do Oriente Médio significa que nunca mais poderão voltar, por que apostar nisso?
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ZkSnarker
· 12-11 09:54
honestly the dollar endgame hits different — like we've been talking about petrodollar colapso in crypto circles forever, but watching it play out in real geopolitics is... something else entirely
Assim que os EUA saírem, de verdade, essa frase tocou no ponto certo, dá para perceber que desta vez é diferente
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WhaleMinion
· 12-11 09:45
Quando os EUA retirarem-se, eu sei que desta vez é a sério
Assim que as tropas americanas saírem, não há volta a dar, isto não é uma cortina de fumaça, amigos apressados a ficarem desesperados só mostram que há um problema
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OnlyUpOnly
· 12-11 09:38
Espera aí, os EUA realmente estão a recuar? Então, por que é que no mundo das criptomoedas ainda estão a falar que a hegemonia dos EUA não vai acabar, haha
Recentemente encontrei um relatório de estratégia de segurança nacional dos EUA e descobri uma coisa bastante interessante: aquelas «estratégias de retração» que estavam apenas no papel estão agora realmente sendo implementadas passo a passo.
Só que a execução está a acontecer um pouco às tontas — os aliados mais fiéis da Europa, Israel, Japão, agora são justamente aqueles que mais querem segurar os EUA. Todos eles estão a fazer o mesmo cálculo: tu, EUA, não podes simplesmente desistir assim, essa ordem de segurança tem que continuar a ser sustentada.
O mais surreal é que, exatamente aqueles com quem os EUA podem colaborar parcialmente, são os próprios China e Rússia, que antes estavam a ser cercados com força total. A imagem é forte: os aliados estão a puxar com força para não irem embora, enquanto os EUA precisam de cooperação com os antigos adversários para conseguir sair dessa situação.
**Essa retração é mesmo verdadeira ou é só fumaça?**
Muita gente teme que seja uma cortina de fumaça — que os EUA estão a fingir que se retraem, enquanto na verdade estão a preparar uma contra-ofensiva. Mas eu acho que essa preocupação é um pouco desnecessária.
A razão é simples: a inerência histórica de ajustes estratégicos de grandes potências é demasiado forte, e é difícil fazer mudanças de direção de um momento para o outro. Vejamos, desde 2013 com a política de «rebalanço para o Ásia-Pacífico» até agora, passaram 12 anos em que tanto Democratas como Republicanos subiram ao poder alternadamente, mas a continuidade na estratégia em relação à China nunca foi quebrada. Uma mudança dessa magnitude, uma vez iniciada, é muito difícil de reverter — porque os custos de reverter são demasiado altos.
**Basta acompanhar o movimento do Exército dos EUA**
Como saber se os EUA estão realmente a retraír-se? Basta observar a direção do Exército. Quando há expansão, o Exército é quem primeiro se move; na retração, também é o primeiro a recuar.
Vamos fazer uma linha do tempo:
- Agosto de 2021, os EUA deixam o Afeganistão (este é o início da retração)
- Março de 2022, aumento das taxas de juro pelo Fed + o conflito Rússia-Ucrânia explode
- Dezembro de 2024, queda do governo Assad
- Agosto de 2025, saída principal das tropas dos EUA na Síria
- Planos para 2026: retirada total do Iraque + redução dos efetivos em Okinawa (antecipando o plano original de 2028) + diminuição das tropas na Europa
Na altura, a presença militar no Afeganistão foi uma jogada pesada — para cortar a rota China-Paquistão e isolar a influência terrestre, os EUA investiram recursos enormes. Agora que saíram, querer voltar? Praticamente impossível. Ou oferecem vantagens ou entram em conflito — ambas as opções estão fora de questão neste momento.
Locais como Europa e Japão ainda se podem negociar, mas lugares como Afeganistão, Síria, Iraque, uma vez que os EUA saem, saíram mesmo.
**O teste final: o que fazer ao dólar?**
Depois de a força militar dos EUA se retraír, é a vez do capital industrial fazer uma grande retirada. Mas, após esses dois passos, surge uma questão ainda mais difícil:
Quando os EUA se tornarem uma potência regional, como deverá o dólar, a moeda global, atuar?
Essa é a verdadeira luta final.