A tecnologia blockchain está a transformar a forma como realizamos transações digitais. Quando discutimos as suas capacidades centrais, dois conceitos surgem frequentemente: layers explained na blockchain, com Layer 1 (uma camada de rede) e Layer 2 (uma segunda camada de rede). Mas o que exatamente são estas duas? Como é que elas trabalham juntas? E o que significam para os utilizadores de criptomoedas?
Porque é importante compreender a hierarquia das blockchains?
Primeiro, temos que admitir uma realidade: as principais blockchains como Bitcoin e Ethereum enfrentam um dilema embaraçoso — não conseguem alcançar três objetivos ao mesmo tempo. Este é o famoso “Triângulo da Blockchain” (Blockchain Trilemma).
De acordo com a teoria do fundador do Ethereum, Vitalik Buterin, qualquer blockchain tem dificuldade em equilibrar perfeitamente estes três pontos:
Descentralização: rede mantida por múltiplos nós independentes
Segurança: transações que não podem ser adulteradas ou revertidas
Escalabilidade: capacidade de processar um grande volume de transações
Para ultrapassar este obstáculo, os desenvolvedores criaram uma arquitetura em camadas: construir camadas adicionais fora da cadeia principal. Assim surgiram o Layer 1 e o Layer 2.
Layer 1 (uma camada de rede): a base da infraestrutura
Layer 1 é a própria blockchain — Bitcoin, Ethereum, Cardano, entre outras, pertencem a esta camada. São sistemas totalmente autónomos, com seus próprios mecanismos de consenso, validação e tokens.
Quais são as formas de expansão do Layer 1?
Sharding (particionamento)
O sharding divide toda a rede blockchain em múltiplas sub-redes (shards), cada uma processando transações de forma independente. Imagine dividir as operações de um banco em várias filiais, em vez de todas passarem pelo escritório central. Assim, é possível processar mais transações em paralelo.
Atualizações nos mecanismos de consenso
A mudança de Proof of Work (PoW) para Proof of Stake (PoS) é uma atualização fundamental. PoW exige muitos recursos computacionais para minerar e validar transações, enquanto PoS permite que os detentores de tokens validem diretamente, com maior eficiência e menor consumo energético. A atualização do Ethereum (The Merge) exemplifica essa mudança.
SegWit (Segregated Witness)
No caso do Bitcoin, o SegWit separa as assinaturas das transações dos dados, permitindo maior capacidade de armazenamento. Um bloco de 1MB no Bitcoin, antes do SegWit, comportava cerca de 2000 transações; após, consegue processar aproximadamente 4000, dobrando a utilização do espaço.
Vantagens da expansão do Layer 1
✓ Não necessita de cadeias ou pontes adicionais
✓ Maior segurança (todas as transações confirmadas na cadeia principal)
✓ Custos de transação mais baixos a longo prazo
✓ Mantém a total descentralização
Limitações do Layer 1
✗ Requer forks hard ou soft, com dificuldades de consenso comunitário
✗ Aumenta a pressão de armazenamento e largura de banda de cada nó
✗ Transações entre shards ainda apresentam atrasos
✗ Renda dos mineradores/validadores pode diminuir, reduzindo o incentivo
Layer 2 (uma segunda camada de rede): inovação acima da cadeia principal
Em vez de modificar a própria cadeia principal, o Layer 2 adota uma abordagem diferente — processar transações fora da cadeia principal, mantendo a segurança do Layer 1.
Este conceito é semelhante ao funcionamento do PayPal: não altera o sistema bancário central, mas constrói um intermediário de pagamento eficiente sobre ele.
Principais formas de Layer 2
Rollups (agregadores)
Atualmente, a solução mais popular de Layer 2. Os Rollups executam milhares de transações fora da cadeia e depois “compactam” os resultados, enviando-os ao Layer 1. A cadeia principal só precisa validar estas provas comprimidas, reduzindo drasticamente o cálculo necessário.
Classificados pela forma de validação:
Optimistic Rollups (agregadores otimistas): assumem que as transações são válidas, a menos que alguém conteste
ZK Rollups (agregadores de provas de conhecimento zero): usam provas criptográficas para validar diretamente a validade das transações
Arbitrum e Optimism são os maiores projetos de Optimistic Rollups na Ethereum.
State Channels (Canais de Estado)
Dois utilizadores abrem um “canal” entre si, realizando centenas de transações fora da cadeia, e só enviam o resultado final ao blockchain. A Lightning Network do Bitcoin é um exemplo clássico.
A Lightning Network já consegue processar transações em tempo real, de micro pagamentos, com taxas que caíram de alguns dólares para poucos cêntimos.
Sidechains (Sidechains)
Sidechains são blockchains independentes paralelas à principal, conectadas por mecanismos de ancoragem bidirecional (chamados de “pontes”). Têm seu próprio consenso e validadores, portanto, são menos descentralizadas que Layer 2, mas oferecem maior flexibilidade.
Polygon é a sidechain mais bem-sucedida do Ethereum. Com mais de 1,3 bilhões de dólares em valor bloqueado, suporta protocolos como Aave, Compound, entre outros.
Impactos do Layer 2
✓ Aumento de velocidade de transação entre 100 a 1000 vezes
✓ Redução de custos em mais de 90%
✓ Pode ser implementado imediatamente, sem alterar a cadeia principal
✓ Experiência do utilizador semelhante à de aplicações tradicionais
Desafios do Layer 2
✗ Liquidez dispersa entre múltiplas redes de segunda camada
✗ Interoperabilidade limitada (dificuldade em transferir entre Layer 2)
✗ Utilizadores precisam gerenciar múltiplas carteiras e chaves privadas
✗ Retorno ao Layer 1 pode exigir tempo de espera (normalmente horas)
Layer 1 vs Layer 2: qual devo escolher?
Não é uma questão de “ou isto ou aquilo”, mas sim de relação complementar.
Dimensão
Layer 1
Layer 2
Segurança
Máxima (todos os nós validam)
Depende do Layer 1
Custo
Mais alto
Muito baixo
Velocidade
Média (12-15 segundos por bloco)
Muito rápida (menos de 1 segundo)
Descentralização
Completa
Parcial (geralmente com operadores)
Melhor uso
Grandes transações, armazenamento de ativos principais
Transações diárias, micropagamentos
A chegada do Ethereum 2.0 não tornou o Layer 2 obsoleto, pelo contrário — reforçou sua importância. Mesmo que a capacidade do blockchain principal aumente para 100 mil transações por segundo, o Layer 2 continuará oferecendo custos menores e confirmações mais rápidas.
Casos de uso práticos
Pagamentos e transferências
A Lightning Network já é integrada em aplicações como Strike e Nostr, reduzindo o custo de remessas internacionais de 10% para menos de 1%. O OpenNode permite que comerciantes recebam pagamentos em Bitcoin diretamente.
Negociações DeFi
Uniswap na Polygon permite troca de tokens quase a custo zero, enquanto na Ethereum principal, a mesma operação pode custar de 20 a 100 dólares. Isso impulsiona a explosão do ecossistema Polygon.
Jogos e NFTs
A Polygon Studios foca na migração de jogos para blockchain. Com taxas baixíssimas, as transações de NFTs dentro de jogos tornam-se viáveis. Jogadores podem comprar e vender ativos frequentemente, sem se preocupar com taxas que corroem os lucros.
Microtransações
Cenários antes inviáveis por causa do custo agora são possíveis — como pagar por músicas, dar gorjetas a criadores de conteúdo, entre outros.
Rumos futuros
O futuro da expansão blockchain não é uma vitória de uma única solução, mas sim uma colaboração em múltiplas camadas:
Validação distribuída: múltiplos Layer 2 processam em paralelo, com o Layer 1 realizando liquidações e confirmações periódicas
Interoperabilidade entre redes: diferentes Layer 2 podem interagir diretamente, sem precisar retornar ao Layer 1
Arquitetura híbrida: escolher a camada de processamento ideal conforme a transação (pequenas no Layer 2, grandes no Layer 1)
O Proto-Danksharding do Ethereum 2.0, que será lançado em breve, é uma implementação dessa visão — reduzindo significativamente o custo de submissão de dados do Layer 2 ao Layer 1, fortalecendo ainda mais a competitividade do Layer 2.
Resumo
blockchain layers explained é uma filosofia de design moderna: não buscar fazer tudo numa única cadeia, mas construir uma ecologia em múltiplas camadas. Layer 1 fornece uma infraestrutura segura, enquanto Layer 2 oferece uma experiência de transação rápida e eficiente. Essa arquitetura em camadas está se tornando padrão em todas as blockchains de alto desempenho.
Para os utilizadores, entender isso significa:
Guardar ativos de valor elevado na Layer 1 (como Ethereum principal ou Bitcoin)
Realizar transações diárias e pequenas na Layer 2 (como Arbitrum, Polygon)
Considerar o tempo e o custo ao mover ativos entre redes
A blockchain está evoluindo de uma “rede universal” para uma “ecologia em camadas”. Dominar essa teoria é fundamental para gerir o futuro dos ativos digitais.
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Compreender a arquitetura em camadas da blockchain: Guia completo desde a camada base até a camada de expansão
A tecnologia blockchain está a transformar a forma como realizamos transações digitais. Quando discutimos as suas capacidades centrais, dois conceitos surgem frequentemente: layers explained na blockchain, com Layer 1 (uma camada de rede) e Layer 2 (uma segunda camada de rede). Mas o que exatamente são estas duas? Como é que elas trabalham juntas? E o que significam para os utilizadores de criptomoedas?
Porque é importante compreender a hierarquia das blockchains?
Primeiro, temos que admitir uma realidade: as principais blockchains como Bitcoin e Ethereum enfrentam um dilema embaraçoso — não conseguem alcançar três objetivos ao mesmo tempo. Este é o famoso “Triângulo da Blockchain” (Blockchain Trilemma).
De acordo com a teoria do fundador do Ethereum, Vitalik Buterin, qualquer blockchain tem dificuldade em equilibrar perfeitamente estes três pontos:
Para ultrapassar este obstáculo, os desenvolvedores criaram uma arquitetura em camadas: construir camadas adicionais fora da cadeia principal. Assim surgiram o Layer 1 e o Layer 2.
Layer 1 (uma camada de rede): a base da infraestrutura
Layer 1 é a própria blockchain — Bitcoin, Ethereum, Cardano, entre outras, pertencem a esta camada. São sistemas totalmente autónomos, com seus próprios mecanismos de consenso, validação e tokens.
Quais são as formas de expansão do Layer 1?
Sharding (particionamento) O sharding divide toda a rede blockchain em múltiplas sub-redes (shards), cada uma processando transações de forma independente. Imagine dividir as operações de um banco em várias filiais, em vez de todas passarem pelo escritório central. Assim, é possível processar mais transações em paralelo.
Atualizações nos mecanismos de consenso A mudança de Proof of Work (PoW) para Proof of Stake (PoS) é uma atualização fundamental. PoW exige muitos recursos computacionais para minerar e validar transações, enquanto PoS permite que os detentores de tokens validem diretamente, com maior eficiência e menor consumo energético. A atualização do Ethereum (The Merge) exemplifica essa mudança.
SegWit (Segregated Witness) No caso do Bitcoin, o SegWit separa as assinaturas das transações dos dados, permitindo maior capacidade de armazenamento. Um bloco de 1MB no Bitcoin, antes do SegWit, comportava cerca de 2000 transações; após, consegue processar aproximadamente 4000, dobrando a utilização do espaço.
Vantagens da expansão do Layer 1
✓ Não necessita de cadeias ou pontes adicionais
✓ Maior segurança (todas as transações confirmadas na cadeia principal)
✓ Custos de transação mais baixos a longo prazo
✓ Mantém a total descentralização
Limitações do Layer 1
✗ Requer forks hard ou soft, com dificuldades de consenso comunitário
✗ Aumenta a pressão de armazenamento e largura de banda de cada nó
✗ Transações entre shards ainda apresentam atrasos
✗ Renda dos mineradores/validadores pode diminuir, reduzindo o incentivo
Layer 2 (uma segunda camada de rede): inovação acima da cadeia principal
Em vez de modificar a própria cadeia principal, o Layer 2 adota uma abordagem diferente — processar transações fora da cadeia principal, mantendo a segurança do Layer 1.
Este conceito é semelhante ao funcionamento do PayPal: não altera o sistema bancário central, mas constrói um intermediário de pagamento eficiente sobre ele.
Principais formas de Layer 2
Rollups (agregadores) Atualmente, a solução mais popular de Layer 2. Os Rollups executam milhares de transações fora da cadeia e depois “compactam” os resultados, enviando-os ao Layer 1. A cadeia principal só precisa validar estas provas comprimidas, reduzindo drasticamente o cálculo necessário.
Classificados pela forma de validação:
Arbitrum e Optimism são os maiores projetos de Optimistic Rollups na Ethereum.
State Channels (Canais de Estado) Dois utilizadores abrem um “canal” entre si, realizando centenas de transações fora da cadeia, e só enviam o resultado final ao blockchain. A Lightning Network do Bitcoin é um exemplo clássico.
A Lightning Network já consegue processar transações em tempo real, de micro pagamentos, com taxas que caíram de alguns dólares para poucos cêntimos.
Sidechains (Sidechains) Sidechains são blockchains independentes paralelas à principal, conectadas por mecanismos de ancoragem bidirecional (chamados de “pontes”). Têm seu próprio consenso e validadores, portanto, são menos descentralizadas que Layer 2, mas oferecem maior flexibilidade.
Polygon é a sidechain mais bem-sucedida do Ethereum. Com mais de 1,3 bilhões de dólares em valor bloqueado, suporta protocolos como Aave, Compound, entre outros.
Impactos do Layer 2
✓ Aumento de velocidade de transação entre 100 a 1000 vezes
✓ Redução de custos em mais de 90%
✓ Pode ser implementado imediatamente, sem alterar a cadeia principal
✓ Experiência do utilizador semelhante à de aplicações tradicionais
Desafios do Layer 2
✗ Liquidez dispersa entre múltiplas redes de segunda camada
✗ Interoperabilidade limitada (dificuldade em transferir entre Layer 2)
✗ Utilizadores precisam gerenciar múltiplas carteiras e chaves privadas
✗ Retorno ao Layer 1 pode exigir tempo de espera (normalmente horas)
Layer 1 vs Layer 2: qual devo escolher?
Não é uma questão de “ou isto ou aquilo”, mas sim de relação complementar.
A chegada do Ethereum 2.0 não tornou o Layer 2 obsoleto, pelo contrário — reforçou sua importância. Mesmo que a capacidade do blockchain principal aumente para 100 mil transações por segundo, o Layer 2 continuará oferecendo custos menores e confirmações mais rápidas.
Casos de uso práticos
Pagamentos e transferências A Lightning Network já é integrada em aplicações como Strike e Nostr, reduzindo o custo de remessas internacionais de 10% para menos de 1%. O OpenNode permite que comerciantes recebam pagamentos em Bitcoin diretamente.
Negociações DeFi Uniswap na Polygon permite troca de tokens quase a custo zero, enquanto na Ethereum principal, a mesma operação pode custar de 20 a 100 dólares. Isso impulsiona a explosão do ecossistema Polygon.
Jogos e NFTs A Polygon Studios foca na migração de jogos para blockchain. Com taxas baixíssimas, as transações de NFTs dentro de jogos tornam-se viáveis. Jogadores podem comprar e vender ativos frequentemente, sem se preocupar com taxas que corroem os lucros.
Microtransações Cenários antes inviáveis por causa do custo agora são possíveis — como pagar por músicas, dar gorjetas a criadores de conteúdo, entre outros.
Rumos futuros
O futuro da expansão blockchain não é uma vitória de uma única solução, mas sim uma colaboração em múltiplas camadas:
O Proto-Danksharding do Ethereum 2.0, que será lançado em breve, é uma implementação dessa visão — reduzindo significativamente o custo de submissão de dados do Layer 2 ao Layer 1, fortalecendo ainda mais a competitividade do Layer 2.
Resumo
blockchain layers explained é uma filosofia de design moderna: não buscar fazer tudo numa única cadeia, mas construir uma ecologia em múltiplas camadas. Layer 1 fornece uma infraestrutura segura, enquanto Layer 2 oferece uma experiência de transação rápida e eficiente. Essa arquitetura em camadas está se tornando padrão em todas as blockchains de alto desempenho.
Para os utilizadores, entender isso significa:
A blockchain está evoluindo de uma “rede universal” para uma “ecologia em camadas”. Dominar essa teoria é fundamental para gerir o futuro dos ativos digitais.