Um estudo recente da Paradigm aponta que, devido à duplicação no registo de eventos de contratos inteligentes, o volume de transações da plataforma de mercados de previsão Polymarket poderá estar a ser inflacionado em cerca de 100% nos dashboards de terceiros. Após a divulgação do estudo, gerou-se rapidamente um debate intenso entre equipas de dados, agências de análise e concorrentes, expondo também desafios estruturais na medição do volume de transações em mercados de previsão.
A análise de Storm Slivkoff, sócio de investigação da Paradigm, mostra que o contrato inteligente da Polymarket gera um evento OrderFilled de valor idêntico para o criador de mercado (maker) e para o tomador (taker) em cada transação. A maioria dos dashboards, ao agregarem estes eventos, não distingue entre as duas partes, contabilizando assim cada transação duas vezes. Por exemplo, uma transação YES de 4,13 dólares é registada como um volume de 8,26 dólares no dashboard.
Este problema verifica-se tanto no contrato da bolsa CTF da Polymarket como no da bolsa NegRisk, dado que ambos utilizam o mesmo padrão de emissão de eventos. Slivkoff, ao construir um simulador de transações e rever o código, indica que o volume correto deve considerar apenas um dos lados (maker ou taker), e não a soma de todos os eventos.
Após a correção, o volume real mensal de transações da Polymarket em outubro e novembro de 2024 deverá rondar os 1,25 mil milhões de dólares, metade dos 2,5 mil milhões anteriormente apresentados pela maioria dos dashboards. Plataformas de dados de referência como DefiLlama, Allium Labs e Blockworks confirmaram estar a atualizar os seus dashboards para corrigir o problema de dupla contagem.
A Polymarket respondeu prontamente, afirmando que o seu site nunca duplicou a contagem e que utiliza o mesmo padrão do setor que a Kalshi. Storm sublinha, no entanto, que o problema não reside nos dados oficiais da Polymarket, mas sim na forma como as ferramentas de análise de terceiros agregam os dados.
Dado que a Paradigm é investidora na Kalshi, alguns membros do setor questionaram a imparcialidade do estudo. Will Sheehan, fundador da Parsec Finance, afirmou que o estudo “parece um ataque”, enquanto outros analistas assinalaram que o design do contrato da Polymarket é público e transparente, sendo o problema sobretudo uma questão de tratamento de dados. Matt Huang, cofundador da Paradigm, realçou que o estudo se foca apenas em dados factuais.
Especialistas da indústria consideram que esta controvérsia expõe desafios generalizados na medição do volume em mercados de previsão. Em mercados com elevada proporção de contratos de baixo valor, o volume nominal tende a ser inflacionado, não refletindo o real grau de risco de capital. Por isso, métricas como o open interest e as receitas de comissões poderão ser indicadores mais fiáveis da saúde real do setor.
No momento em que a Polymarket obtém aprovação da CFTC e se prepara para regressar ao mercado americano, esta polémica trouxe atenção acrescida à plataforma. Além disso, a intenção de criar uma operação interna de market making levanta questões adicionais sobre a futura estrutura e transparência do mercado.
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A Polymarket foi acusada de contabilizar em duplicado o volume de transações, investigação da Paradigm gera controvérsia no setor
Um estudo recente da Paradigm aponta que, devido à duplicação no registo de eventos de contratos inteligentes, o volume de transações da plataforma de mercados de previsão Polymarket poderá estar a ser inflacionado em cerca de 100% nos dashboards de terceiros. Após a divulgação do estudo, gerou-se rapidamente um debate intenso entre equipas de dados, agências de análise e concorrentes, expondo também desafios estruturais na medição do volume de transações em mercados de previsão.
A análise de Storm Slivkoff, sócio de investigação da Paradigm, mostra que o contrato inteligente da Polymarket gera um evento OrderFilled de valor idêntico para o criador de mercado (maker) e para o tomador (taker) em cada transação. A maioria dos dashboards, ao agregarem estes eventos, não distingue entre as duas partes, contabilizando assim cada transação duas vezes. Por exemplo, uma transação YES de 4,13 dólares é registada como um volume de 8,26 dólares no dashboard.
Este problema verifica-se tanto no contrato da bolsa CTF da Polymarket como no da bolsa NegRisk, dado que ambos utilizam o mesmo padrão de emissão de eventos. Slivkoff, ao construir um simulador de transações e rever o código, indica que o volume correto deve considerar apenas um dos lados (maker ou taker), e não a soma de todos os eventos.
Após a correção, o volume real mensal de transações da Polymarket em outubro e novembro de 2024 deverá rondar os 1,25 mil milhões de dólares, metade dos 2,5 mil milhões anteriormente apresentados pela maioria dos dashboards. Plataformas de dados de referência como DefiLlama, Allium Labs e Blockworks confirmaram estar a atualizar os seus dashboards para corrigir o problema de dupla contagem.
A Polymarket respondeu prontamente, afirmando que o seu site nunca duplicou a contagem e que utiliza o mesmo padrão do setor que a Kalshi. Storm sublinha, no entanto, que o problema não reside nos dados oficiais da Polymarket, mas sim na forma como as ferramentas de análise de terceiros agregam os dados.
Dado que a Paradigm é investidora na Kalshi, alguns membros do setor questionaram a imparcialidade do estudo. Will Sheehan, fundador da Parsec Finance, afirmou que o estudo “parece um ataque”, enquanto outros analistas assinalaram que o design do contrato da Polymarket é público e transparente, sendo o problema sobretudo uma questão de tratamento de dados. Matt Huang, cofundador da Paradigm, realçou que o estudo se foca apenas em dados factuais.
Especialistas da indústria consideram que esta controvérsia expõe desafios generalizados na medição do volume em mercados de previsão. Em mercados com elevada proporção de contratos de baixo valor, o volume nominal tende a ser inflacionado, não refletindo o real grau de risco de capital. Por isso, métricas como o open interest e as receitas de comissões poderão ser indicadores mais fiáveis da saúde real do setor.
No momento em que a Polymarket obtém aprovação da CFTC e se prepara para regressar ao mercado americano, esta polémica trouxe atenção acrescida à plataforma. Além disso, a intenção de criar uma operação interna de market making levanta questões adicionais sobre a futura estrutura e transparência do mercado.